Sobral tem maior taxa de desemprego do Ceará, revela Caged

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Sobral tem o pior saldo negativo de emprego do Ceará. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, que controla admissões e demissões de trabalhadores sob regime de CLT, com certeira assinada. O déficit é de -495 postos de trabalho.

Na lista dos cinco piores desempenhos quando o assunto é saldo negativo para vagas de emprego, Sobral é seguido por Fortaleza (-273), Maracanaú (-158), Crato (-88), e São Gonçalo do Amarante (-76). Os dados, consolidados no mês de julho deste ano, estão disponíveis na página do Radar do Emprego Celetista, do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE).

O levantamento, também aponta retração do emprego no Ceará, no mesmo período (junho/2019), com saldo mensal de -122 vagas. Na contramão do aumento no saldo nacional de empregos formais, no mesmo período, que subiu de 37.188, para 48.436. O município patina em busca de soluções mais efetivas para a arrochada empregabilidade local, na captação de vagas de emprego para pessoas como Rita Marques (33), que desde às 11 horas dessa quinta-feira (31), esteve de pé, na fila que lota todo o entorno do Centro de Convenções em busca de trabalho, ao longo de todo o dia, desta sexta-feira, 1° de novembro.

Dentro do Centro de Convenções, mais fila para o atendimento das cerca de 3 mil pessoas que procuraram a feira, segundo a coordenação da iniciativa (Foto: Aleksandra Praciano).

Há mais de 10 anos, Rita não tem conseguido voltar ao mercado formal, ou seja, ter assinada a boa e velha Carteira de Trabalho. “Eu tenho vivido de pequenos trabalhos. Bicos, na verdade, para sustentar minha filha. Mas isso não cobre todas as despesas; sempre falta algo. Dessa vez, espero conseguir uma vaga”, revela, a jovem, na fila montada, na noite anterior por pessoas ávidas por uma oportunidade. Entre as pouco mais de 40 atividades disponíveis estão: assistente financeiro, gerente de loja, jovem aprendiz, auxiliar administrativo, gerente de produção, assistente financeiro, designer gráfico, operador de caixa, dentre outras.

Com uma média de 3 mil pessoas, segundo a coordenação do evento, a fila deve se estender até o final da tarde, quando o atendimento será finalizado, por volta das 17h, segundo Inácio Ribeiro, secretário do Trabalho e Desenvolvimento de Sobral (STDE). “As expectativas foram alcançadas, no que diz respeito ao número de vagas ofertadas. Entre empregos formais, estágios e cadastro de reservas, o feirão oferece 233 vagas, disponíveis para mais de 40 atividades. O importante, é que as pessoas que aqui vieram, verifiquem se elas estão dentro do perfil. A Secretaria vai avaliar cada currículo, selecionar, e encaminhar às empresas, que por sua vez, farão suas escolhas”, explica o secretário.

São ofertadas 233 vagas de empregos variados (Foto: Aleksandra Praciano).

Além da oferta de emprego, o espaço oferece qualificação profissional, com a realização de workshops, palestras e seminários, todos voltados à empregabilidade. A ação conta com parcerias. “Tem o Caminhão do Cidadão, para emissão de documentos, e a Delegacia Regional do Trabalho, que também vai emitir carteiras profissionais. O cadastro e entrega de currículos é uma das ações, mas não é a única”, reforça Inácio Ribeiro.

Apesar da ação, o Sistema Nacional de Emprego e Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (Sine/IDT), um dos parceiros do Feirão, ainda não vislumbra uma luz no fim do túnel. Segundo João Lourenço Portela, coordenador Regional do Sine, “o mercado em Sobral tem ofertado algumas vagas, mas não tem como atender a todo mundo, de imediato, até porque é muito seletivo. Hoje, nós não temos um mercado em pleno emprego. Esperamos que a economia volte a crescer, e que isso seja transformado em postos de trabalho”, explica o coordenador, e adianta. “Não sendo assim, dificulta muito para as pessoas que estão em busca do primeiro emprego”.

Em pleno final de ano, a falta de vagas de emprego em Sobral tem persistido, segundo Lourenço Portela, “no Sine, apesar de seguimos garimpando vagas, as que têm surgido, não são as esperadas. Tudo ainda é muito insuficiente, em relação à demanda do mercado, no momento”, revela, enquanto acompanha o movimento da enorme fila de desempregados, ou de pessoas que buscam a primeira oportunidade de trabalho em Sobral. Cheio de esperança, Tiago Santos (19), morador dos Terrenos Novos, na periferia da cidade, é uma delas. “Eu já peguei a ficha de atendimento, e estou em busca de vaga para o Programa Jovem Aprendiz. Não tenho nenhuma experiência, mas penso conseguir uma vaga”, diz.

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