Depois de tratar como fake news, Prefeitura dá apoio à família de garoto estuprado dentro de escola no Sumaré
Depois que o Sobral Post passou a divulgar o caso do garoto de 9 anos que foi estuprado por um professor, dentro de uma escola no Sumaré, a Prefeitura de Sobral passou a agir. Antes, o próprio secretário de Educação, Herbert Lima, tratava como fake news. A atuação da imprensa fez com que as autoridades dessem a devida atenção à família da vítima.
Exames médicos em Fortaleza, acompanhamento de profissionais de saúde, transferência de escola e até o pagamento de aluguel social, para garantir a mudança de endereço da família. Tudo isso tem sido bancado pela Prefeitura de Sobral, desde que a imprensa começou a dar destaque ao abuso sexual cometido por um professor dentro de uma sala de aula da Escola José Parente Prado.
“A criança está tendo toda a atenção necessária, por parte do município, para sua recuperação, tanto psicológica, quanto social”, revela o conselheiro tutelar Sândalo Linhares. O caso, que vinha sendo tratado pelas autoridades no município como fake news, poderia ter caído no esquecimento, e passado longe das vistas da Justiça, como outras possíveis denúncias, se não tivesse sido abordado pela imprensa. O Jornal Sobral Post acompanhou de perto os muitos desdobramentos que o assunto exigiu, atualizando informações para a sociedade, e cobrando respostas do Poder Público, para que as devidas ações fossem tomadas.
Exames
Segundo o conselheiro, as medidas adotadas pelo município têm sido bastante positivas. Após meses de espera da família do garoto, a Secretaria de Saúde disponibilizou a marcação do atendimento médico e o deslocamento da vítima para a realização de uma bateria de exames com um proctologista, no Hospital Albert Sabin, em Fortaleza. O presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, Edmar Fernandes, que veio a Sobral conhecer de perto a história do menino, que apresentava problemas de evacuação, como resultados dos traumas físicos causados pelas sucessivas agressões, acompanhou os exames realizados no dia 5 de novembro.
Atendimento
“Além dos exames, o menino passou ter um atendimento mais efetivo pelo Posto de Saúde do bairro. O Ministério Público também solicitou que houvesse a transferência da vítima para outra escola, com o intuito de evitar que o menino seguisse sofrendo bullying, como já vinha ocorrendo. Essa solicitação de vaga escolar para o próximo ano, por meio de requisição de serviço, já está sendo feita”, adianta o conselheiro, e reforça. “Fomos informados pela família da criança, que o município a colocou como beneficiária do aluguel social, promovendo uma mudança de endereço, para se evitar a especulação, por parte de vizinhos curiosos, sobre o assunto”.
Repercussão
Este ano, o Conselho Tutelar protocolou no Ministério Público 24 casos de abuso sexual crianças e adolescentes no município de Sobral; 11 deles ocorreram dentro do ambiente escolar. De acordo com Sândalo Linhares, esse é o primeiro a ter uma resposta mais efetiva do município, em parte, pelo alcance que o jornalismo tem em trazer à tona esses assuntos, o que gera o debate público com o objetivo de obter as respostas necessárias ao apelo das vítimas, muitas vezes oriundas de famílias de pouca instrução e com baixa renda. “Esta é a primeira vez, este ano, onde a criança, vítima dentro da escola, tem assistência pelo município. É importante a participação da imprensa, pois é fundamental que a comunidade se manifeste na busca pelos órgãos competentes, conquistando seu direito por atendimento”, finaliza.