Ernesto Araújo suspende envio de notícias nacionais para postos diplomáticos

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Incomodado com as críticas que tem recebido dentro do Brasil pelos principais meios de comunicação, Itamaraty resolveu pela suspensão do envio de notícias nacionais.

O Itamaraty suspendeu, sob ordem do ministro Ernesto Araújo, o envio de notícias veiculadas na imprensa nacional aos postos diplomáticos no exterior para subsidiar o trabalho dos diplomatas brasileiros.

 O trabalho, realizado diariamente pela assessoria de imprensa do órgão governamental, servia para auxiliar os diplomatas no exterior com as informações sobre o que ocorre no Brasil. Com a decisão, o chamado clipping só é feito com notícias de veículos internacionais que trabalham no Brasil.

Os postos diplomáticos têm verba específica para assinatura de jornais do local onde estão localizados, mas não de jornais brasileiros. A razão por trás da decisão, seria a insatisfação do chanceler Ernesto Araújo com a cobertura dos veículos brasileiros sobre a política externa encabeçada pelo ministro.

Recentemente o ministro utilizou as redes sociais para rebater  o artigo assinado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e os ex-chanceleres Aloysio Nunes Ferreira, Celso Amorim, Celso Lafer, Francisco Rezek e José Serra, o ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero e o ex-secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência, Hussein Kalou, publicado pelos grandes jornais brasileiros.

No texto, os autores dizem estar preocupados com “a sistemática violação pela atual política externa dos princípios orientadores das relações internacionais do Brasil” definidos na Constituição, a subserviência aos Estados Unidos e o que chamam de custos de difícil reparação à imagem brasileira com “desmoronamento da credibilidade externa, perdas de mercados e fuga de investimentos.”

Em duas séries de mais de uma dezena de publicações, o chanceler chamou o ex-presidente e ex-ministros de “paladinos da hipocrisia” e “figuras menores” que deveriam aprender com o atual governo como se defende a Constituição.

“Se querem implementar de novo seus falidos projetos de política exterior para servir a um sistema de corrupção e atraso, muito bem. Apresentem esse projeto ao povo e disputem uma eleição. Não fiquem usando a Constituição como guardanapo para enxugar da boca da sua sede de poder”, escreveu.

O Itamaraty informou em nota que a seleção nacional de notícias está suspensa desde o dia 4 de março, para reavaliação de sua elaboração.

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