Augusto Aras anuncia que analisará suposto vazamento da PF a Flávio Bolsonaro
A PGR analisará a denúncia feita pelo empresário Paulo Marinho, que também será investigada pela própria Polícia Federal.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou que pretende analisar o relato feito, em entrevista, pelo empresário Paulo Marinho sobre suposto vazamento de uma investigação da Polícia Federal (PF) ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A PF também anunciou que investigará a denúncia. Marinho é suplente de Flávio e pré-candidato a Prefeitura do Rio de Janeiro pelo PSDB.
O procurador-geral, Augusto Aras, discutirá o relato com a equipe de procuradores que atua em seu gabinete em matéria penal. Deve decidir se cabe investigar o caso no inquérito que apura, com base em denúncias do ex-ministro Sérgio Moro, se o presidente tentou interferir indevidamente na Polícia Federal. Segundo auxiliares de Aras, ainda não houve tempo para uma análise aprofundada do caso.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Marinho, que rompeu com o clã Bolsonaro após as eleições, disse que, segundo ouviu do filho do presidente, um delegado da PF antecipou a Flávio em outubro de 2018 que seria realizada a Operação Furna da Onça. A operação, segundo ele, teria sido “segurada” para que não atrapalhasse Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição.
Os desdobramentos da Furna da Onça revelaram um suposto esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, envolvendo diversos deputados e atingiram Fabrício Queiroz, policial militar aposentado amigo de Jair Bolsonaro e ex-assessor de Flávio na Assembleia.
Flávio classificou a entrevista de seu suplente como “invenção de alguém desesperado e sem votos”. Em nota, ainda ontem, ele disse que Paulo Marinho “preferiu virar as costas a quem lhe estendeu a mão” e trocou a família Bolsonaro pelos governadores João Doria (PSDB), de São Paulo, e Wilson Witzel (PSC), do Rio de Janeiro.
Já o chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Fabio Wajngarten, chamou de “incrível enredo ficcional” as declarações ao jornal do empresário suplente de Flávio Bolsonaro.