Ceará registra o melhor inverno em dez anos

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Grande quantidade de chuva neste inverno fez com que colheitas aumentassem cerca de 13% em relação a 2019.

O bom volume de chuva no período de fevereiro a maio foi suficiente para garantir aporte considerável para os maiores reservatórios do estado e alterar o cenário de dois importantes eixos do Estado: o abastecimento hídrico e a produção agrícola.

Mais de 730 mm de chuva fez com que este quadrimestre fosse o primeiro desde 2009 a ficar acima da média histórica, de 695.8 mm, segundo dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Desde 1973, quando a Funceme passou a disponibilizar os dados pluviométricos, isto só aconteceu em 12 ocasiões.

Consequência das boas chuvas, o Ceará deve alcançar uma safra de 637.787 toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2020, crescimento de estimados 13% em relação a 2019 (564.615t) e de 34,7% em relação à expectativa de safra de janeiro deste ano (467.673t), segundo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, do IBGE.

O resultado acima da média traz alento para o agricultor familiar cearense, que depende das águas para o cultivo nas áreas de sequeiro. A Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) acrescenta ainda que a expectativa de safra também tem correlação com a distribuição de duas mil toneladas de sementes pelo Programa Hora de Plantar, adaptadas ao clima e solo do semiárido cearense e com alto potencial germinativo.

Já em relação ao abastecimento humano, as chuvas garantiram recarga à maioria dos reservatórios cearenses. Os três maiores açudes do Ceará, Castanhão, Banabuiú e Orós, ganharam 13,14%, 7,19% e 22,71% de volume, respectivamente, de janeiro até o último sábado (30). O Castanhão acumula agora 15,97% de seu volume de água, Banabuiú 13,58% e Orós 27,96%.

Além do volume pluviométrico, o ponto alto deste ano foi a distribuição espacial das chuvas. “Embora algumas áreas isoladas possam não ter sido tão beneficiadas, de um modo geral, diferentemente do observado nos últimos anos, as precipitações foram melhor distribuídas no Estado”, avalia Meiry Sakamoto, gerente de Meteorologia da Funceme. “Em fevereiro, março e parte de abril, as condições do oceano Atlântico favoreceram o posicionamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) sobre o nordeste do Brasil, levando chuvas, inclusive, para o interior do Ceará”.


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