Por falta de recurso, Exército suspende distribuição de água em região afetada pela seca no Ceará
Decisão do 40º Batalhão da Infantaria decorre da fata de recursos financeiros e afeta cerca de 50 mil famílias nas regiões mais críticas do sertão cearense.
Nesta segunda-feira (4), o Exército brasileiro suspendeu a distribuição de água em algumas regiões afetadas pela seca no Ceará, reduzindo em 50% a Operação Carro-Pipa, que leva água até cisternas de residências e comunidades no sertão cearense.
A decisão foi comunicada por meio de nota pelo 40º Batalhão de Infantaria, na cidade de Crateús, que alega falta de recursos que deveriam ser transferidos pelo Ministério do Desenvolvimento Regional.
O tenente-coronel André Costa Campelo afirmou que a “distribuição de água somente começará após esta Organização Militar Executora receber os recursos financeiros necessários para pagamento dos prestadores de serviço, a serem descentralizados pelo Ministério do Desenvolvimento Regional”.
Atualmente, dos 155 açudes monitorados pelo Governo do Estado, 65 têm menos de 30% da capacidade máxima. O maior reservatório do estado, o Castanhão, tem apenas 11% do volume.
O Sindicato dos Pipeiros do Ceará estima que cerca de 170 caminhões-pipa e 50 mil famílias foram afetados com a medida nas áreas que mais sofrem com a seca no Ceará: Sertão de Crateús, Inhamuns e Cariri Oeste.
O diretor do Sindicato dos Pipeiros do Ceará, Eduardo Aragão, pontuou que a decisão “surpreendeu” a categoria.
“Sem dúvida a medida traz prejuízo para as famílias que necessitam da água e agora terão de buscar outras fontes, como açudes e poços, que têm água poluída e salobra.”
A medida afeta de imediato o primeiro ciclo de distribuição de água de beber e cozinhar para cerca de 50 mil famílias moradoras de áreas rurais de Tauá, Parambu, Campos Sales, Salitre, Crateús, Monsenhor Tabosa, Aiuaba e Arneiroz.
Além do 40º Batalhão de Infantaria, em Crateús, o 23º Batalhão de Caçadores e o 10º Depósito de Suprimentos (D Sup), em Fortaleza, participam da Operação-Pipa do Exército, contratando caminhões e definindo rotas para outras regiões do Ceará. No total, são cerca de 400 caminhões contratados atualmente.