Fim do auxílio emergencial impacta vida de 68 milhões de brasileiros
Com o fim da ajuda do governo federal diversas pessoas que perderam o emprego correm o risco de ficar sem qualquer renda.
O fim do auxílio emergencial, criado no início da pandemia, preocupa milhões de brasileiros de renda mais baixa e sem emprego formal. Quase 70 milhões de brasileiros receberam o auxílio emergencial em 2020. Mas, em 2021, já não podem contar com o dinheiro. Muitos perderam o emprego e, com o fim da ajuda do governo federal, podem ficar sem qualquer renda.
Para o economista Samuel Pessoa, qualquer extensão do auxílio emergencial precisa ser acompanhada de medidas para equilibrar as contas públicas.
“A gente sabe que a situação é grave porque tem uma dívida muito grande. A situação fiscal é muito dramática. Se houver uma expansão do auxílio emergencial, e eu entendo perfeitamente os motivos, seria muito importante que o Congresso pensasse em contrapartidas, seja na área de receita, seja na área de corte de gastos”, opina o economista da FGV/Ibre.
O governo parou de pagar o auxílio em dezembro e não estuda alternativas para o benefício.
O economista Marcos Mendes diz que o país precisa gerar emprego para voltar a crescer:
“A gente precisa voltar à normalidade, mas voltar a uma normalidade reestruturando gasto público para poder atender às pessoas mais carentes. Aprovar reformas, como a tributária, uma abertura da economia, e tantas outras que já estão na agenda há tanto tempo e que vão acelerar o crescimento da economia, gerando mais empregos, gerando mais arrecadação e podendo estabilizar tanto a situação de desequilíbrio das contas públicas quanto o desemprego e a baixa renda da população”, diz o economista do Insper.