Justiça do Ceará determina andamento de processo contra Marcola por roubo milionário

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A ação penal irá completar 20 anos em novembro de 2021 e irá prescrever se não for julgada até lá, conforme prevê a legislação brasileira.

A Justiça Estadual tomou uma decisão para acelerar o andamento do processo que Marcos William Herbas Camacho, o ‘Marcola’, líder máximo de uma facção criminosa paulista, responde por um roubo milionário, no Ceará. A ação penal irá completar 20 anos em novembro de 2021 e irá prescrever se não for julgada até lá, conforme prevê a legislação brasileira.

A 3ª Vara Criminal da Comarca de Caucaia emitiu um despacho, na última segunda-feira (25), para nomear o defensor público que atua na Vara para representar ‘Marcola’, diante da ausência de manifestação da defesa do réu nos memoriais finais no processo. O acusado foi intimado na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Brasília, onde está preso, e o advogado intimado pelo sistema eletrônico da Justiça.

Após a decisão judicial de nomear o defensor público para o caso, uma advogada de São Paulo assumiu a defesa de ‘Marcola’. Porém, ela não foi localizada pela reportagem para comentar o assunto.

Nas alegações finais da acusação, o Ministério Público do Ceará (MPCE) pediu a condenação de ‘Marcola’ por roubo majorado (qualificado) com emprego de arma de fogo, concurso de pessoas e transporte de valores; e extorsão mediante sequestro qualificado, pela vítima ser menor de 18 anos.

‘Marcola’ e mais 19 pessoas são acusados de roubar cerca de R$ 1,4 milhão da sede da Nordeste Segurança de Valores (NSV), localizada em Caucaia, na manhã de 18 de fevereiro de 2000. Conforme a denúncia do MPCE, o crime foi planejado, a começar pela aproximação de um réu com a irmã do supervisor de segurança da empresa, que aceitou participar do roubo por R$ 35 mil.

A quadrilha conseguiu a senha de acesso ao cofre e alugou imóveis no entorno da empresa para estudar a rotina do local. Para garantir o transporte e a segurança do grupo, foram roubados carros e executada uma série de sequestros contra familiares de funcionários da NSV . Um deles foi rendido e foi utilizado pelo bando para que os portões da empresa fossem abertos.

Os criminosos utilizaram armamento pesado, como metralhadoras, fuzis e granadas. Conforme a investigação, ‘Marcola’ foi um dos homens que entraram na Nordeste Segurança. Em posse do dinheiro, o bando fugiu para Sobral, na Região Norte, onde um avião e um piloto aguardavam para saírem do Estado.

Aquela foi a segunda ação ousada de roubo da organização criminosa no Ceará. Antes, em 1999, a facção teria levado R$ 6,3 milhões da empresa Corpvs Segurança. Os dois crimes serviram de aprendizado para a facção colocar em prática o maior furto da história do País à época, ao tirar R$ 164 milhões do Banco Central, em Fortaleza, em 2005, sem ninguém ser notado. Nos anos seguintes, crimes semelhantes foram registrados em outros estados e atribuídos à mesma organização criminosa.

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