papagaio velho sem pau para bicar e chamar de seu
Olá Mabel. Espera, você não sabe que dia é hoje? Poxa, você está confinada. Não pode sair, não pode entrar, não pode beber, fumar não pode… E agora Mabel? Ah, se vira, pois você é esperta, malandra e outras coisas mais.
E aí, me conte as novidades. É verdade que assaltaram a câmara? E foi? Levaram mais tabletes. Será que foi a mesma pessoa da outra vez em que roubaram também alguns tabletes? Não entendi. Como cem anos de perdão. O que isso significa? Olhe, cuidado com essa sua língua maldosa. Pois é, amiga, aquela Casa vive abandonada. Não tem sequer segurança. Verdade, a guarda da prefeitura, que deveria cuidar do patrimônio público, só presta atenção em multas. Certamente não fica no prédio por medo de almas. Vou apresentar você para tomar conta da segurança de lá. Tenho certeza de que você protegerá mais que os guardas. Porém, lembre-se: o salário que você ganhar vai ter que rachar comigo. Entendeu? Por lá isso é normal. Sempre foi. Agora você disse tudo. É uma falta de vergonha a câmara não ter segurança.
Que música é essa? Fracasso? Poxa, como você é antiga. E para quem você está cantando? Nossa, eu não sabia que você cantava, como também não sabia que o Ciro está como papagaio velho que não encontra um pau para bicar e chamar de seu. Pois não é, quem te viu e quem te vê. O Ciro está descendo a ladeira e tem a impressão de que é subindo. Como diz a velhinha do rádio: Vai não; ele não vai não! Não é agora. Você não escutou o Bolsonaro dizer que é somente em março? Não precisa já ir procurando filas em bancos. Aliás não precisa nunca, pois o dinheiro cai na conta. Você está mesmo tonta e desatualizada do mundo. Cuide-se! E agora vou ter que sair e ver o tamanho do estrago na casa do povo. Tomara, tenham roubado pouco. Depois ligo e digo a você. Tchau Mabel.