Brasil é sucesso em vacinação
Apesar do discurso da imprensa, que virou mantra na boca de oposicionistas e até jornalistas desinformados (má-fé?), o Brasil vai muito bem na vacinação. É o quinto em doses aplicadas, o décimo em doses por 100 habitantes e o 15º na proporção da população. Os que aplicaram mais doses que o Brasil – EUA, China, Índia e Reino Unido – são todos produtores de vacina. Isto é, entre os não fabricantes de vacina, o Brasil é o primeiro.
E já estaríamos em quarto lugar se todas as doses enviadas pelo governo federal tivessem sido aplicadas. Segundo o vacinômetro, já foram distribuídas mais de 53 milhões de unidades. No entanto, só foram aplicadas pouco mais de 32 milhões. Aqui mesmo, no Ceará, há mais de 300 mil vacinas em estoque. O estado recebeu mais de 1, 8 milhão, mas só aplicou cerca de 1,5 milhão. Camilo Santana vive apregoando que vai comprar o imunizante. Ora, ele não aplicou nem as que já chegaram.
Muitos governantes explicam o estoque do para garantir a segunda dose. Isso contraria a orientação do Ministério da Saúde, que mandou aplicar todas as vacinas, informando que a segunda dose está garantida. Toda semana a Fundação Osvaldo Cruz entrega cerca de 5 milhões doses. O Brasil já contratou a compra de mais de 530 milhões de doses de diversos laboratórios, incluindo o que produz a russa Sputnik V. Muitas dessas vacinas ainda não receberam o aval da Anvisa para sua comercialização.
Os desinformados esgrimam falsas informações de que o Brasil atrasou as compras porque não assinou antes com a Pfizer ou mesmo o Instituto Butantã. Verdade: em nada a ação do governo atrasou a produção e a compra das doses do instituto paulista. A Pfizer, antes mesmo de fabricar e ter seus estudos aprovados, exigia cláusulas que não poderiam ser atendidas: ela não se responsabiliza por possíveis efeitos adversos.
O problema foi solucionado com a aprovação de uma lei com este fim específico. E não houve atraso por causa disso. Ainda não chegou por questões de logística e capacidade de produção. Nenhum país passou à frente do Brasil. Também aventaram a questão diplomática. China teria atrasado a entrega de insumos por causa de rusgas com a chancelaria brasileira. A Índia, dos mais amistosos países em relação ao Brasil e detentora do maior laboratório, também atrasou. A própria Rússia, produtora da Sputinik aprovada cedo em seu país, tem um desempenho inferior ao Brasil.
Para provar que não há atraso no país continental, vamos comparar com o Reino Unido, que vai muito bem na vacinação. A Grã-Bretanha teve sua vacina aprovada pioneiramente e foi o primeiro país a começar a vacinar. Note que eles começaram a imunizar 6 dias depois que a vacina foi aprovada. No Brasil, foi imediatamente. A Anvisa se reuniu numa tarde de domingo para aprovar. À noite, já tinha gente se vacinando. No dia seguinte, começava no Ceará. Nos 170 dias de vacinação, o Reino Unido aplicou mais de 40 milhões de doses, numa média diária acima de 140 mil. A média brasileira é superior a 160 mil.
Poderíamos ter começado mais cedo, mas não dependia do governo federal. Quem não se lembra de que o Butantã, em ações midiáticas do governo de São Paulo, adiou por três vezes a divulgação de seus estudos? Não dá, então, para afirmar que há atraso na vacinação do Brasil, a não ser naqueles estados que insistem em estocar o imunizante. A vacina não está faltando, falta empenho em vacinar de forma mais acelerada.
Vacinar Já.