Renan e Randolfe formam a dupla caipira da CPI da Cloroquina
Como uma obsessão, a dupla caipira Renan e Randolfe nos apresenta seu repertório limitado a apenas uma canção: cloroquina, cloroquina, cloroquina de Jesus…Para uma verdadeira pantomima, Renan veio a calhar como relator, num desfile de caras e bocas, além dos esgares quando se pretende irônico no seu papel de inquiridor.
O Torquemada das Alagoas posa de vestal, tenta extrair de suas vítimas cada gota de informação que lhe dê consistência ao relatório final, cujo roteiro já foi elaborado. Já decidiu que o presidente Jair Bolsonaro é culpado. Sua missão – como a do espanhol Martelo dos Hereges, responsável pela morte de muitos judeus – é encontrar as provas. Bolsonaro tem que arder na fogueira.
Por enquanto, arde a fogueira das vaidades, todos em busca dos holofotes, de uma menção com foto nos jornais e um espaço nobre na TV. O que se vê na tela é um homem grande ao lado de um quase menino, como na dupla Rodolfo e ET, que aparecia no programa do Gugu Liberato. Perguntas que até um talento maior faria em, no máximo, dois minutos, são alongadas estendendo ao limite a paciência do depoente e da audiência.
Calheiros, cujo nome tem associação etimológica com rua estreita, é uma larga avenida por onde trafegam processos (mais de 40) e inquéritos no STF (já foram 15), a maioria com denúncia de um leque de crimes de corrupção. Deputado estadual, federal, senador, foi líder do governo Collor. De lá pra cá coleciona altos cargos públicos da República. E não desapeou do poder. Resistiu até mesmo a uma ordem judicial, desmoralizando o ministro Marco Aurélio de Mello, que determinou seu afastamento da presidência do Senado.
Quatro mandatos de senador, duas vezes presidente da Casa, só renunciou quando estourou uma leva de escândalos, que ficou conhecido como Renangate. Numa das histórias dignas de romance policial, Calheiros, o gostosão, pagava amantes com nosso dinheiro. Teve filho fora do casamento, cuja gorda pensão era bancada por empreiteira (Mendes Júnior).
Na época, contaram-se sete representações no Conselho de Ética, pedindo sua cassação. Renunciou à presidência do Senado, mas manteve o mandato. Ao fim, safou-se de todas as acusações. Disse que pagava as pensões com dinheiro auferido de venda de gado. Conversa pra boi dormir.
Com essa biografia, eivada de denúncias, que mais se assemelha a uma folha corrida, o senador alagoano, pai do governador de seu estado, que é alvo de investigação por desvio de recursos da Pandemia, foi o que de melhor o Senado escolheu para ser o relator da CPI.
Ao lado de seu ET, o homúnculo do Amapá, o Rodolfo do Domingo Legal é todo circense. E demonstra que o país vive uma inversão de valores, onde os investigados, indiciados e réus, escrutinam a vida do homem público para saber se a cloroquina serve ou não para mitigar os efeitos da covid-19.
Essa dupla de vírus, embora apresente alta carga viral, não está tendo sucesso para atingir órgãos vitais do governo, que fez o tratamento precoce e já está vacinado contra esse tipo de gente.
Parabéns pelo comentário. Pura verdade também acho que esse relatório já está pronto.