CPI vai cobrar explicação da Anvisa sobre Sputnik
O senador Otto Alencar (PSD/BA) vai cobrar do presidente da Anvisa, o contra-almirante Antônio Barra Torres, detalhamento do motivo da não aprovação da vacina russa Sputnik . Torres será ouvido nesta terça-feira (11/5) na CPI da Cloroquina. O senador baiano desconfia que a decisão foi política, contra os governadores do Nordeste.
Otto Alencar era do PFL quando se elegeu vice-governador na chapa do petista Jaques Vagner. Votou contra o impeachment de Dilma Rousseff e foi eleito senador em coligação com o governador Rui Costa, do PT. Médico, aos 74 anos, é contra ao tratamento precoce, pois não haveria eficácia comprovada de qualquer fármaco contra a covid-19.
Profissional da saúde, é rigoroso com exigência de padrão ouro para os remédios que já são usados há mais de 70 anos. No entanto, mostra-se leniente com uma vacina produzida em tempo recorde e com desconfiança da comunidade científica. Contradição.
Sem aprovação das maiores agências reguladoras – FDA (americana) e EMA (União Europeia) -, senador estranha que mais de 60 países já aprovaram a vacina russa. Desconhece que em 20 destes ainda não aplicaram a primeira dose e que um outro tanto de países não possui agência reguladora. Na Rússia, só 8% foram imunizados com a vacina nacional.
Eles não buscam a verdade dos fatos, mas a narrativa construída pela oposição. Mandetta disse na CPI que poderíamos já estar vacinando desde novembro. Delírio. Quem primeiro vacinou foi o Reino Unido, em dezembro. O Brasil começou em janeiro, e já é o quinto em número de doses administradas e o quarto em percentual da população que já recebeu as duas doses.
A CPI, pelo andar da carruagem, não vai ter consequências jurídicas para Bolsonaro, mas servirá para tentar desgastá-lo. Além de dar holofotes para quem quer se candidatar nas próximas eleições e propiciar uma chance de reabilitação de Renan Calheiros que amargava no ostracismo.