Quem tem medo do voto impresso?

Os ministros do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Roberto Barroso durante homenagem da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pelos 30 anos de promulgação da Constituição da República.
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Tanta resistência contra o voto impresso auditável é de deixar qualquer um com a pulga atrás da orelha. Antes um cruzado solitário, Roberto Barroso ganha a companhia de mais dois ministros, Edson Fachin e o aloprado Alexandre Moraes. Os três mosqueteiros – um por todos, e todos contra o voto impresso – usam da esgrima virtual para brandir falácias.

Barroso, que gosta de dizer que é a favor do iluminismo, mente ao afirmar que seria um retrocesso, falam da volta ao voto impresso. Mais parece o Rubinho anunciando a compra de moderno celular, um Nokia Tijolão, enquanto o mundo usa os smartphones, já com o Iphone 11. As urnas eletrônicas são operadas por máquinas de primeira geração, já existem as de terceira, a PEC defende o upgrade para, pelo menos a de segunda geração.

Reportagem da Folha informa que, dos países que usam a urna eletrônica, só o Brasil, além de Butão e Bangladesh, não imprime o voto. A Alemanha considerou inconstitucional o sistema usado no Brasil por não não propiciar publicidade e transparência. Os arautos do atraso não têm bons argumentos contra o aperfeiçoamento do sistema. Ninguém é contra o voto eletrônico, mas se propugna pela atualização do sistema.

Um dos argumentos que Barroso repete como um mantra é de que jamais houve registro de fraude desde a implantação da urna eletrônica. Ao contrário do que argumenta, isso é motivo de preocupação. Em toda eleição, sempre houve tentativa de fraude. A afirmação de Barroso apenas deixa claro que o sistema não é capaz de detectar as irregularidades. Ou os senhores ministros acreditam que todos desistiram de cometer fraude só por causa da tecnologia?

Um argumento simplório insiste que o sistema não está conectado a internet e, por isso, estaria infenso a ataques e invasões. Isso é coisa de quem entende das tecnologias ainda dos anos 90. Há várias formas de invasão, até raios laser, quando não radiofrequência. Só para lembrar, esse é o sistema que abre portas de carro e os portões do condomínio, com um simples controle remoto. Achar que a Nasa pode ser atacada, e no STF seria inexpugnável cheira a ingenuidade e não apenas desconhecimento das tecnologias.

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