Rosa, a ministra rasa
Rosa Weber, depois de livrar a cara de governadores envolvidos com desvios de recursos para combater o coronavírus, insiste em abrir inquérito para investigar possível prevaricação do presidente Bolsonaro, que teria deixado de investigar suspeitas de possível corrupção. A ministra está impossível.
Rosa Weber, a serviço dos três senadores de oposição que apresentaram uma notícia crime contra o presidente, não aceitou a argumentação da PGR e ainda deu carão nos procuradores, que apelaram à prudência: aguardar a investigação da CPI para, primeiro, checar se houve o crime antecedente, e só então investigar o chefe do Executivo.
Está em curso, além da investigação da CPI, uma auditoria da Controladoria Geral da União, e a Polícia Federal também investiga em inquérito próprio. Mas a ministra, não deu lgar à lógica. Não esperou para saber se, de fato, houve o crime ou irregularidade.
Além do mais, a própria PGR recebeu documento formal do ex-ministro Pazuello, dando conta de que foi instado pelo presidente para averiguar a situação, e ele tinha incumbido seu diretor Élcio Franco checar. E ele disse que não houve qualquer irregularidade. Portanto, só por esta circunstância já seria suficiente para a precaução institucional. Afinal, é um poder em relação ao outro.
A impressão é de que ela sabe disso, assim como entende que não vai dar em nada. Mas alimenta a narrativa de que o presidente está sob investigação. Tanto que ela ainda determinou que a PF colha o depoimento de Bolsonaro. Acontece que, há mais de um ano, o STF está por decidir de que forma o presidente será ouvido noutro caso, que também foi anunciado como capaz de abalar a presidência, originado pelas declaração de Moro, sobre interferência na Polícia Federal. Um ano, e nada de conclusivo.
Rosa não é apenas rasa na sua fundamentação, parece estar a serviço de um sistema que se contrapõe a Bolsonaro, dando a entender que o STF pode ter se afastado de sua função primordial para se transformar num partido de oposição.