Ford anuncia fechamento de fábrica da Troller para setembro

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Multinacional que administrava a marca criada no Ceará havia anunciado em janeiro manutenção de atividades até o fim do ano.

A Ford confirmou que vai antecipar o encerramento da produção de veículos na fábrica da Troller, em Horizonte (CE), de dezembro para setembro. Em janeiro, a multinacional pegou o mercado automotivo de surpresa ao anunciar o fim da produção de veículos no País, com um encerramento gradual no caso da unidade industrial cearense, inaugurada em 1997. Dez anos depois, a Ford anunciou a compra da marca Troller.  

Conforme comunicado interno assinado pelo presidente da Ford no Brasil, Daniel Justo, “como parte desse planejamento, a produção do modelo T4 será encerrada até o final de setembro e a produção de peças até o final de novembro. Para implementar esse plano vamos  trabalhar com o sindicato, nossos funcionários e nossos parceiros.” A fábrica da Troller em Horizonte emprega quase 500 pessoas. No informe, o executivo afirma ainda que a empresa continuará “empenhada” na venda dos ativos.

No entanto, as negociações com potenciais compradores da Troller estão suspensas, segundo o secretário do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho do Ceará, Maia Júnior. “Recebi às 14h30 um telefonema do gerente de operações da Ford no Brasil comunicando essa decisão. De antemão, posso dizer que a empresa está descumprindo tudo que comunicou sobre o Estado do Ceará em janeiro, de que as operações buscariam um comprador, sendo que apareceram vários interessados, fizeram propostas e chegaram a entendimentos iniciais”, relatou o secretário.

Maia Júnior acrescentou, no entanto, que havia recebido da Ford na semana passada a informação de que as negociações para venda tinham sido suspensas. “Liguei para saber o que estava havendo e me disseram que essa era uma posição corporativa da fábrica e que estavam analisando juridicamente como seria desfecho dessas negociações, mas quem vai querer comprar a fábrica se não puder ficar com marca”, questionou.

“Essa antecipação da desmobilização da produção do T4 de dezembro para setembro não é o que havia sido apresentado perante o governo do Ceará. Não se trata uma coisa dessa responsabilidade assim e, infelizmente, estamos bastante decepcionados pelo comportamento de uma empresa multinacional que não tem respeito a um país do qual ela se serviu durante mais de cem anos”, criticou o secretário.

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