PF tenta cumprir mandado de busca e apreensão na casa do jornalista Wellington Macedo

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Agentes da Polícia Federal estiveram nesta sexta-feira 20, em Sobral, para prender o jornalista Wellington Macedo. Faltavam 10 minutos para seis horas quando a viatura da PF estacionou em frente ao número 50, da rua Silvano, no Parque Silvana. A casa, de propriedade de Macedo, está alugada desde novembro. Segundo o inquilino, a Policia teria dito que veio para “prender Wellington Macedo”.

Os policiais tiveram uma conversa rápida com o inquilino, que foi acordado para recebê-los. Pediram ao rapaz, cuja identidade optamos por não expor, para confirmar o número do telefone, que eles já dispunham, se o conhecia e se mantinha contato com ele. “Não vai ser preciso a gente entrar aí, né? Já que você garante que ele não está”, disse um dos policiais, demonstrando não esperar encontrar ali o jornalista, tanto que pediu para confirmar se ele estava residindo em Brasília.

De acordo com o inquérito, não se tratava de prisão, mas busca e apreensão de documentos e dispositivos, além de outras restrições. Deveria haver “a oitiva pela autoridade policial de todos os requeridos, imediatamente após a realização da busca e apreensão”.

Entramos em contato com o jornalista Wellington Macedo, que confirmou o endereço. “É o mesmo onde dois capangas fizeram campana para me matar, logo depois da campanha eleitoral de 2016. Desde essa época, evito até passar por lá”, disse.

O mandado de prisão contra Macedo é um dos 29 autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, a pedido da Procuradoria Geral da República. O objetivo, segundo nota da PF, “é apurar o eventual cometimento do crime de incitar a população, através da redes sociais a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes”.

Páginas 9 e 10 da decisão do Inquérito 4879. com citação ao jornalista cearense

Os alvos mais notórios das operações de hoje são o cantor Sérgio Reis e o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ). As diligências foram realizadas no Distrito Federal, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Ceará e Paraná. Fazem parte de um novo inquérito aberto dessa vez por solicitação da PGR, comandada por Augusto Aras, e não tem relação com os casos em andamento na PF.

Veja íntegra da decisão do ministro Alexandre de Moraes.

O jornalista tem feito uma série de vídeos em seu canal do YouTube, com mais de 50 mil inscritos. Um de seus últimos vídeos teve mais de meio milhão de visualizações.

Depois da tentativa frustrada de sua prisão, o jornalista publicou um vídeo no seu canal, comentando a situação.

ATUALIZAÇÃO – a matéria foi atualizada, com a mudança do título, para ser mais fiel à decisão do STF, conforme pedido da PGR. O documento fala em oitiva dos requeridos, e não em prisão, como afirmou ao Sistema Paraíso o inquilino que atendeu à PF na casa do jornalista.

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