Vencer ou morrer, o Grito da Independência de Bolsonaro
Bolsonaro reedita o Grito da Independência, com seu desabafo de “vitória ou morte”. Ao analisar seu futuro, falou em três alternativas: prisão, morte ou vitória. Como logo descartou a primeira opção, restou o dístico de vencer ou morrer, que se assemelha ao grito ouvido no Ipiranga.
E se associa às manifestações marcadas para 7 de setembro, que se anunciam gigantes. Ele afirmou que Alexandre de Moraes prepara o bote para lhe aplicar alguma medida de restrição. Mesmo que nada tenha feito para isso. Bolsonaro interpreta sua inclusão em diversos inquéritos como uma escalada preparatória a uma medida judicial mais gravosa.
De certa forma, o ato de 7 de setembro será decisório, podendo significar uma estrondosa vitória, se em grandes dimensões; ou a morte política do presidente, se pífio. Já não lhe restaria o apoio popular, pilar de sustentação que faz frente às diversas investidas:
A imprensa tem tratado o chamamento presidencial de golpismo, sem se dar ao luxo de apontar onde mesmo estaria seu caráter golpista. Como se a afirmação, por si só, bastasse. Ao mesmo tempo, estão tentando amedrontar a população, indicando que haverá violência. De novo, sem fato que baseie a afirmação. Todos os atos da direita, até aqui, foram pacíficos e ordeiros, mesmo quando reprimidos.
No outro polo, raras são as manifestações de esquerda que, em algum momento, não descambem para a pancadaria. Com a violenta participação dos black blocs. Já tem até uma frase feita dos repórteres que cobrem essas manifestações: “até aqui o movimento era pacífico”. Despois disso, mostram as cenas de vandalismo e seu rastro de destruição.
Tendo em vista a hipertrofia do STF, que tem se arvorado em poder moderador, caçando e cassando a palavra de cidadãos, o movimento de 7 de setembro não se restringe mais ao âmbito bolsonarista, alvo preferencial de perseguição judicial, mas em defesa de nossas liberdades – coletivas e individuais. Hoje, a vítima é um grupo político de quem você pode até não gostar. Amanhã, a coisa pode ficar preta pro seu lado, e o alvo passa a ser você.