Lewandowski atravessa o Rubicão para atacar Bolsonaro

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A mãe de Enrique Ricardo Lewandowsky era amiga da então primeira dama Maria Letícia. Mas foi baseado no seu saber jurídico que Lula o indicou para ministro do STF. No Supremo, destacou-se por tentar melar o julgamento do mensalão e livrar Dilma da perda dos direitos políticos quando foi impichada. Com a ajuda de Calheiros, o então presidente do STF fez uma cesariana na Constituição.

Neste domingo, a Folha de S. Paulo abrigou um artigo de sua autoria em que alerta “Intervenção armada: crime inafiançável e imprescritível”. O objetivo é sufocar as manifestações do 7 de setembro. Querem porque querem amedrontar a população, para que não participe por se tratar de um movimento golpista, violento.

Usa a célebre passagem do Rubicão para ilustrar sua tese de que as civilizações “adotaram regras preventivas para impedir a usurpação do poder pela força. E que haveria sérias consequências. Não atropelou apenas o Português, mas até o contexto histórico.

Segundo a lei romana, os generais deveriam dispersar suas tropas antes de entrar na cidade quando voltavam de suas guerras. E o intuito era evitar que, inflamado pelas conquistas militares, os generais não se sentissem impelidos a tomar o poder dos burocratas.

No caso de Júlio César, dá-se o contrário. A República Romana era governada por um triunvirato. Além de César, os cônsules Pompeu e Licínio Crasso. Cada um na sua área de atuação. Como se fossem os três poderes de hoje. Aí, tentaram o golpe. Enquanto Júlio César guerreava pela nação, os políticos conspiravam contra ele.

Dispostos a destituí-lo, enviaram-lhe a orientação para voltar à capital e dispersar suas tropas antes de atravessar o Rubicão. Ele contragolpeou. Lançou a sua sorte (alea jacta est) na travessia e tomou o poder depois de uma guerra civil.

Se Lewandowski usou Júlio César para desencorajar os manifestantes, pode ser um tiro pela culatra. Ele finaliza o texto com um “pode ser alto o preço a pagar por aqueles que se dispõem a atravessar o Rubicão”. O “alto preço” para Júlio César foi conquistar o poder absoluto e entrar para a história.

Para corroborar o fraco argumento, lembra que Júlio César morreu cinco anos depois, quando estava em pleno poder. Lembro para o ministro que todos os adversários de César morreram bem antes dele.

Se a Constituição diz que o poder emana do povo, por que tanto medo do povo? Terá nossa democracia se transformado em demofobia? O poder, o povo dá. O poder, o povo tira. Só o povo é poder. Viva o povo brasileiro que, se preciso, fará a travessia.

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1 Resultado

  1. Eufrásio disse:

    O STF merece o nosso respeito porém, a maioria dos Ministros, não.

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