Renan quer disputar com Hang no ringue da CPI
Se querem um histriônico para dar o tom da CPI do Circo, em que se transformou a CPI da Covid, nada melhor do que o Vei da Van, que vem a ser o empresário Luciano Hang. Ele já se disse disposto a ir prestar seu depoimento. E demonstrou que não se deixará intimidar pelos inquisidores. Até já comprou algemas, caso queiram prendê-lo.
O G7, grupo de oposição que controla a CPI, pressentiu o risco e sugere a “desconvocação” do empresário. Mas Renan, o gostosão das Alagoas, quer se mostrar valentão. Ele se descontrolou com o “picareta, ladrão” que o senador Jorginho Mello lhe jogou na cara, imagine com a desenvoltura de Hang, que já se tornou midiática.
Hang foi convocado para depor por estar sendo investigado em inquérito sob a acusação de financiar fakenews. Também é adepto do tratamento precoce e defendeu a possibilidade de empresários poderem comprar vacina para imunizar os colaboradores de suas empresas. Até agora, não encontraram prova nenhuma.
Ele desafiou a Globo a provar seu envolvimento em qualquer ilegalidade. Disse que voltaria a patrocinar a Globo caso ela prove. Pelo visto, a Globo não terá de volta o anunciante de uma das maiores redes de varejo do Brasil.
Ao contrário de Renan Calheiros, Luciano Hang construiu sua fortuna com o próprio esforço, sem a participação de recursos públicos. Já antevejo o espetáculo, a partir de sua entrada no palco no figurino do Zé Carioca, todo de terno verde e gravata amarela, Sem nada mais a mostrar, a não ser o patriotismo.
Imagina o confronto de Hang e Calheiros. Um com uma penca de processos pelas costas, acusado diversas vezes de corrupção, peculato e desvio de recursos públicos. O outro, um empresário probo, cuja única acusação imputada se origina no campo ideológico, com um carimbo na testa de bolsonarista.
A CPI já aventou a possibilidade de contratar uma cineasta para produzir o encerramento dos trabalhos. Trata-se de Paula Lavigne, ex de Caetano Veloso e responsável pelo protesto mixuruca contra Bolsonaro em Nova York. Renan deve querer protagonizar o grand finale desta ópera bufa, estrelada por grande elenco de políticos enrolados.
Agentes públicos que conhecem de perto a corrupção, não acreditam que um governo possa passar sem cometer esses crimes contra a administração. Primeiro, decidiram que há corrupção no governo e se colocaram a procurar/produzir provas. Os cavaleiros de triste figura não conseguiram seu tento. Agora, é só espetáculo. De baixa categoria.