Offshore virou palavrão na boca de quem nem sabe o que significa

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Paulo Guedes tem empresa em paraíso fiscal, desde 2014, devidamente registrada na Receita Federal. Portanto, dentro da legalidade. Quando assumiu o Ministério da Economia, ele declarou sua existência, cumprindo o código de conduta. Comissão de ética atestou que não havia conflito de interesse. No entanto, divulga-se a notícia com ar de escândalo.

Offshore (fora da costa, em tradução literal) é qualquer empresa mantida em território diferente do domicílio de seu proprietário. Geralmente são constituídas em paraísos fiscais (redução ou isenção de tributos), países oferecem essas condições para atrair investidores. Empresários buscam também menos burocracia e proteção contra variação cambial.

A má fama das offshores foi construída por criminosos que usavam empresas de fachada, não só para auferir lucros mas também para lavagem de dinheiro obtido tanto em atividades de narcotráfico como em crimes contra a administração pública, tais como corrupção passiva e peculato.

No fim de semana, um consórcio de empresas de comunicação e jornalistas divulgou uma lista de personalidades no mundo inteiro titulares dessas empresas. Conhecido como Pandora Papers, trouxe luzes sobre grande parte do PIB nacional que mantém empresas fora do Brasil.

Farejando a oportunidade de exposição midiática, o senador Randolph Rodrigues, do Amapá, líder da oposição no Senado e vice-presidente da CPI de Qualquer Coisa, entrou com uma notícia crime para o STF investigar. Mas a PGR já abriu investigação preliminar para que o ministro se explique.

À mulher de César não basta ser honesta, a aparência também conta. Transparência nas contas é o que se exige, mas nada que abale o timoneiro da economia que impediu o país de soçobrar nos sombrios mares das consequências econômicas da pandemia.

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