Presidente da CPI da Covid revela que a comissão não passa de um circo

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O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz, disse que não iria dar palco para bolsonarista ao justificar a desconvocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, cujo depoimento estava marcado para o próximo dia 18. Pode ter sido um ato falho, mas bastante revelador. Confessa que não quer ouvir bolsonarista, pois contraria suas narrativas.

Além de mostrar a parcialidade dos trabalhos, revela o caráter circense, teatral, da CPI. Há muito se fala nesse aspecto farsesco da comissão, mas agora é o próprio presidente a falar em palco. O termo mais apropriado talvez fosse picadeiro. Humberto Costa falou em “palanque”. Agora, não apenas atos, mas também palavras oficiais dão o tom da pantomima.

A convocação, pela terceira vez, do ministro já era um despropósito. Era mesmo para constranger alguém que eles já se apressaram a indiciar criminalmente. Mas se deram conta que poderia ser um tiro no pé, escaldados pelo episódio do depoimento de Luciano Hang, que desnudou a face histriônica dos senadores.

O dono do circo se incomodou com a perfomance do Vei da Havan, a ponto de exigir que fossem retiradas as plaquinhas provocadoras do depoente, que, vez por outra, mostrava para as câmaras. Frases como “não me deixam falar”, “liberdade de expressão” irritaram os políticos. O incômodo foi tamanho que Aziz se exasperou. “Tira daqui. Eu não quero, e pronto”.

Com a memória do triste espetáculo de ópera bufa, os senhores que comandam a CPI resolveram desconvocar Queiroga. Preferiram ouvir um médico que iria apresentar ao Ministério da Saúde, a pedido deste, um estudo sobre o “Kit Covid. Fica mais fácil a manipulação das fábulas.

Uma das grandes indagações a inquirir o ministro da Saúde seria o motivo pelo qual ele não vai comprar doses extras da Coronavac. Como o ministro já tinha adiantado (falta de registro definitivo na Anvisa- coisa que só Pfizer e Astrazeneca possuem), acharam por bem deixar pra lá. Vai que ele repete o mesmo desempenho do Hang!

A CPI, que desde o início mostrou os dentes, já foi mais agressiva, principalmente com as doutoras. Mas passou a baixar a bola à medida que perdiam o respeito até mesmo em troca de ofensas entre os membros. O declínio foi mais visível no depoimento do ministro Wagner Rosário, da AGU, quando a senadora Simone Tebet se descontrolou ao ser contrariada com os fatos.

Já o momento de farsa foi mais visível com retirada brusca de Renan (a Fuga das Galinhas) diante de médicos a favor do tratamento precoce. O relator abriu mão de fazer perguntas, demonstrando sua aversão ao contraditório.

Renan, o relator relatado, já avisou que são 11 os crimes pelos quais o presidente Bolsonaro será indiciado no seu relatório. Nada que se sustente, mas deixa a suspeita. Até de corrupção, mesmo sem sequer um centavo desviado. Onze é mais que um número, é coincidência. Onze são os processos que Renan responde no STF, a maioria por corrupção.

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