O muro do Ceará ficou baixo
O clã Ferreira Gomes tem como tradição “não roubar e nem deixar que roubem”. Na munheca dele ninguém pega, ou pegava.
Longe de mim querer duvidar do excessivo grau de honestidade pregado e defendido pelos filhos do advogado José Euclides, que já não está mais entre nós. Quem conheceu em vida o advogado e sua mulher, a professora Maria José, viu a a forma esmerada como eles educaram seus filhos para o mundo. Logicamente, eles não sabiam que todos seriam políticos e/ou envolvidos com a política.
O clã Ferreira Gomes tem como tradição “não roubar e nem deixar que roubem”. Na munheca dele ninguém pega, ou pegava. O certo é que numa investigação da Polícia Federal sobre os desmandos praticados com os recursos que a presidenta Dilma, de forma irresponsável, mandou para as sedes dos jogos da Copa do Mundo de 2014, para que fossem empregados em reformas de arenas, sem a exigência de licitações, não tiveram, como já era esperado, o destino correto, e, como diz o Paulinho da Viola, dinheiro na mão é vendaval, parte da grana foi desviada para muitos bolsos, e agora que chegou o tempo da cobrança, aparecem arrolados Ciro, Cid e Lúcio Gomes. Muito embora o juiz jure de pés juntos que tem provas, os acusados e seus aliados excomungam o meretíssimo de ser aliado de Bolsonaro e por isso está perseguindo essas almas boas, que nunca roubaram ou deixaram roubar.
Imaculados, de repente eles passaram a ocupar as páginas dos grandes portais de notícias do país, e ai, o que se pode preumir de todo esse quadro é o muro do Ceará ficou baixo e o foco da justiça começa e encergar coisas jamais vistas pela justiça local. O caso está com grande repercussão, contudo irrisória diante do contraponto de Ciro e Cid, que jamais imaginaram passar por esse vexame.
Conversando com minha cadela Mabel, nós concluímos que a justiça deve haver se enganado, trocado as pessoas e os endereços, pois esses meninos são os protótipos da perfeita existência humana. Ciro e Cid prometem reverter tal situação, certamente, da maneira mais lógica: provando a inocência, se é que ela existe. Que Deus me perdoe.
Secretaria do tráfico
Só mesmo uma cabeça chata maluca teria a coragem de pedir ao prefeito da cidade para criar uma secretaria municipal para o tráfico, já que esse é o setor mais eficiente do município, determinando o que as pessoas podem ou não podem, onde devem ou não devem morar, por onde os transportes urbanos devem ou não devem ir, se as crianças vão ou não vão às escolas ou, quem deve viver ou morrer. É coisa para o gestor refletir.
Câmara do mal
A Câmara de Vereadores de Somal não dá uma a favor do povo. Vereadores de situação agem como membros de um bando que, a exemplo do de Lampião, vivia morrendo de medo do chefe lhes sangrar ao pescoço, caso desobedecessem uma de suas ordens. A exigência de licitação para o serviço de transporte intermunicipal deixou atônita a classe de topiqueiros, que sente no ar a repetição do caso da Guanabara, que tomou posse de todas as linhas do Estado e deixou milhares de pessoas em situação difícil.
A la Dom Pedro
Marlom Sobreira, um dos súditos da prefeitura mais obedientes dentre os demais, quando da votação ao novo projeto do transporte coletivo, ele, com jeito de quem comeu piaba estragada no Jaibars, incorporou Dom Pedro I e, mesmo sem espada, ergueu o braço e gritou: “ninguém pega nesta munheca”. O brado resultou na perda da senha de acesso ao paço municipal, que só poderá ser resgatada mediante um ajoelhamento público aos pés da autoridade e com pedidos de perdão.
Bodega de vacinas
Se um besourinho esperto pudesse adentrar ao cérebro do governador Camilo pelos ouvidos, certamente poderia decifrar o mistério de suas tara de estocar vacinas, quanto milhares de pessoas continuam sem completar as doses. Já são mais de três milhões de doses na sorveteria do governo. O que se pode pensar dessa loucura é que Camilo quer, ao final do governo, abrir uma bodega de vacinas.
Os saqueadores de Sobral
Comerciantes de Sobral apostam entre si quem será o próiximo a ter sua empresa arrombada e seus pertences carregados. Essa prática virou ofício na cidade, ao ponto da gente não ver mais a polícia e as autoridades do junciário incomodadas. Sobral, depois que vivou condomínio de facções, passou a ter um poder paralelo. E que se cuide o executivo.
Moro perdeu aulas
O ex-juiz e pré-candidato a presidente, Sérgio Moro, no seu estilo frade em confessionário, compassa a voz, contudo, elegeu como alvo o presidente Bolsonaro, acreditando na “eficácia” das pesquisas que colocam Lula em primeiro Lugar, porém nunca nas ruas. Moro precisa ver no meio da rua quem é quem, e dai saberá em que deve bater com sua voz que lembra a da Maysa Matarazzo.