A armadura de Deus

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“ Revestir-vos de toda armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo”.

( Efésios 6:11)

A armadura de Deus é a completa virtude espiritual provida por Deus aos cristãos, a fim de capacitá-los para a guerra contra as forças do mal. A ordem bíblica é para que os cristãos estejam revestidos de toda a armadura de Deus. 

Um fator importantíssimo é entender que esta armadura é de Deus (não éhumana!), e deve ser vestida em seu conjunto, sem deixarmos nenhuma parte de fora, pois a Palavra nos exorta: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus(Ef 6:11).Também é importante entendermos o que ganhamos e em que sentido nós somos protegidos obedecendo ao Senhor, vestindo-nos e revestindo-nos de sua armadura.

Precisamos da cobertura de toda a armadura de Deus, assim como um soldado romano, da época de Paulo, precisava armar-se para a batalha: nenhuma parte, ou membro do corpo, podia ficar descoberto! Essa armadura era um conjunto de armas metálicas que protegia o corpo dos guerreiros:

O CINTURÃO DA VERDADE

O primeiro elemento da armadura de Deus citado por Paulo é o cinturão da verdade. Ele diz: “Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade” (Efésios 6:14).

Na armadura de Deus, essa verdade não é outra senão a verdade de Cristo; a veracidade do Evangelho. O próprio Jesus declara: Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará; e ainda: Eu sou o caminho a verdade e a vida (João 8:33; 14:6).

Vestir o cinto da verdade é se vestir da verdade de Cristo. É ter sua vida sustentada pela verdade da Palavra de Deus. Consequentemente, aquele que está vestido da verdade de Cristo também terá uma vida marcada pela autenticidade, pela sinceridade. Ele jamais apoiará o engano.

A COURAÇA DA JUSTIÇA

Couraça é uma armadura defensiva que cobre o peito e as costas (onde ficam os órgãos vitais). O homem cujas práticas são pautadas na justiça é uma pessoa íntegra em sua conduta! Essa justiça imputada obviamente irá conduzir o crente a uma justiça prática e diária. 

Quando a Palavra fala de “justiça”, fala da justiça de fato: a justiça de Deus, pois a justiça humana não passa de “trapo de imundícia” (Is 64:6).

OS CALÇADOS DA PREPARAÇÃO DO EVANGELHO DA PAZ

“Calcem sapatos que possam fazê-los andar depressa ao pregarem a boa nova da paz com Deus” (BV).

Is 52:7; Is 9:6: O Evangelho da Paz é o Evangelho do Reino, ou seja, a proclamação do governo de Cristo! “O teu Deus reina!” é a mensagem! Este evangelho é de paz porque na medida em que nos submetemos ao governo de Cristo, e esse governo vai aumentando em nós, temos a paz de Cristo governando os nossos corações.

Os pés são a base do corpo; dão sustento e levam o corpo ao seu destino. Os pés representam nosso andar! Calçar os pés com a preparação do evangelho da paz representa o “ide” de Jesus.  Mas não só isso; quer dizer que devemos ir preparados, treinados no evangelho do reino, sem pervertermos o evangelho de Cristo, andando nEle, em santidade de vida (Mt 28:18-20Gl 1:6-7, 11).

O ESCUDO DA FÉ

A fé revela nossa limitação e incapacidade, e por isso mesmo, nossa confiança em Deus, que tudo pode! Além disso, a fé nos protege dos dardos (flechas) inflamados do maligno; justifica-nos (Rm 5:1); agrada a Deus (Hb 11:6); o justo vive por ela (Hb 10:38); se expressa em obras (o fruto revela a árvore) (Tg 2:17). Paulo compara essas flechas que causavam grande estrago com as tentações lançadas por Satanás contra os crentes. Mas a plena confiança em Deus e em Sua Palavra é um escudo eficaz contra essas setas. A fé viva, verdadeira, contínua e inabalável é o escudo forte do crente.

O CAPACETE DA SALVAÇÃO

O capacete da salvação protege nossa mente das mentiras do diabo e das influências do mundo (Rm 12:2Is 60:18). Devemos nos revestir da salvação (2 Cr 6:41Sl 132:16)

Um dos principais intentos de Satanás é lançar dúvidas quanto à salvação do crente. Mas equipado com o capacete da salvação, o Cristão permanece firme nas promessas de Deus acerca da segurança eterna de sua salvação.

A ESPADA DO ESPÍRITO

A Palavra de Deus – a Bíblia – é muito importante nesta guerra, pois traz cura para as feridas causadas pelo inimigo (Sl 107:20), e também porque corremos risco de morte quando não a conhecemos ou rejeitamos. A pregação da palavra também gera fé nos nossos corações (Rm 10:17); é fiel e digna de toda aceitação (1 Tm 4:9), deve abundar em nós (Cl 3:16); ser bem manejada (2 Tm 2:15) e pregada a tempo e fora de tempo (2 Tm 4:2).

“Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus […]”. 

Esta é a orientação do Espírito de Deus. E para quê Ele nos orienta assim?

Para ficarmos livres das ciladas do inimigo! Cilada é uma armadilha; é astúcia, esperteza e engano. Enganar é levar ao erro através de ilusão, disfarce, etc. Satanás não tem poder sobre nós, os filhos de Deus! Por isso, tentará nos induzir ao erro, pois só terá autoridade sobre nós se nos sujeitarmos a ele. A escolha será sempre nossa! Nosso inimigo pode vir disfarçado de um “coração cheio de boas intenções” (Jr 17:9); como um irmão “cogitando das coisas dos homens e não das de Deus” (Mt 16:22-23); pode vir com a palavra de Deus, mas pela metade ou deturpada (1 Tm 4:1-21 Tm 6:3-52 Pe 2:1-2, 17At 17:11); ou até mesmo como um “anjo de luz” (2 Co 11;14). Daí a necessidade de habitarmos (estarmos sempre junto, morando…) no esconderijo do Altíssimo (Sl 91:3) e revestidos de toda a armadura de Deus!

Para resistirmos no dia mau. Uma excelente palavra de Jesus sobre este assunto está registrada em Mateus 7:24-27.  Todos podem ser visitados por fortes chuvas, enchentes, tempestades, vendavais, etc. Mas, a nossa salvação estará em sermos praticantes das verdades proferidas por Jesus, e assim estarmos firmados sobre a rocha que sustentará nossa casa em pé!

Para permanecermos inabaláveis após a vitória! Uma guerra é feita de muitas batalhas e lutas. Vestidos de toda a armadura de Deus, sempre que vencermos uma batalha, estaremos firmes e ainda abundantes na obra do Senhor, sabendo que, nEle, nosso trabalho não é vão (1 Co 15:57-58), e a vitória, garantida: “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o filho de Deus?” (1 Jo 5:4-5).

E COMO PODEMOS NOS REVESTIR DESSA ARMADURA ?

O apóstolo nos responde: “Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos”. As palavras que saltam aí são: “oração”, “súplica”, “em todo tempo”, “no Espírito”, “vigiando”, “toda perseverança”, “por todos os santos”.

Aqui aprendemos muitas coisas:

Temos que orar (1 Tm 2:1-4);

Orar sem cessar (1 Ts 5:17);

Mas não orar de qualquer jeito: uma oração nascida e guiada pelo Espírito Santo, que nos assiste na nossa fraqueza e conhece a mente do Pai, e assim pode interceder adequadamente pelos homens (Rm 8:26,27);

Com súplicas. Orar com súplica é orar com humildade, reconhecendo nossa situação de necessitados, de pecadores; é orar e permanecer orando; é não desistir antes de vir a resposta, é ser insistente. É orar segundo a necessidade (Dn 10:2,3Ne 1:4);

Vigiando com toda a perseverança. Significa que não podemos nos dar o luxo de ficarmos “regalados” em oração, afinal estamos em guerra! É mais ou menos “orar com um dos olhos aberto”! E novamente vemos aí a exortação a não desistirmos, a orarmos até o fim (At 1:14);

Por todos os santos. Nossa oração e súplica não podem ser egoísta, voltada apenas para nossos problemas pessoais, pois enquanto buscamos o “Reino de Deus e sua justiça”, as nossas necessidades serão prontamente supridas pelo Senhor (Mt 6:33).

A maior parte do nosso tempo de oração deve ser destinada à intercessão pelos outros (2 Tm 2:1), conforme o exemplo deixado por Paulo que fazia isso pelos seus amados irmãos (Fp 1:3,4Cl 1:9-121 Ts 1:2-4), certamente sempre guiado em suas orações pelo Espírito Santo de Deus.

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