Escola de Belas Artes de Sobral está em construção há mais de 3 anos

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Artistas e comunidade aguardam com ansiedade a entrega do importante equipamento cultural.

Patrimônio da cidade de Sobral, incluído na área de tombamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o velho prédio da antiga Estação Ferroviária da cidade foi transformado em um canteiro de obras, há mais de 3 anos. Quando finalizada, a restauração terá como resultado um espaço moderno que abrigará a nova Escola de Artes Visuais do Município, preservando a arquitetura original da edificação, construída em 1882, em um período de franca expansão comercial da região Norte do Ceará, por meio da ferrovia.

O projeto da reforma contemplará a estação com espaços para uso coletivo, priorizando a preservação da cultura local, com a restauração de fachadas, esquadrias e pinturas ornamentais, além de mudanças em todos os ambientes internos, que serão totalmente recuperados e adaptados para receber pessoas com deficiência, nesse caso, com a instalação de um elevador, de acordo com o Poder Público.

Prédio que abrigará a Escola de Belas Artes de Sobral segue em reforma (Foto: Nildo Nascimento).

No início, a empreitada foi entregue ao mestre de obras Francisco Emiliano da Costa. O primeiro desafio foi dar conta do lixo acumulado no local por décadas. “Tivemos que remover muito lixo acumulado, entulho, e material de alvenaria pertencente à própria edificação, que estava completamente deteriorado. A mudança estrutural será em algumas alvenarias internas, que vão se adequar ao novo projeto, mas a parte externa ficará idêntico ao modelo original”, garantiu o mestre de obras.

Pouco mais de três anos depois, o novo espaço começa a ganhar forma, pelo menos, na parte interna. Mas do lado de fora, o mato toma conta de toda a praça, em frente ao prédio, que teve sua reconstrução iniciada no dia 26 de junho de 2018. De acordo com o projeto, quando finalizado, o importante equipamento cultural abrigará cursos de artes plásticas, artes visuais, audiovisual, dentre outras atividades promovidas pela Secretaria da Cultura, Juventude, Esporte e Lazer (Secjel) e Instituto ECOA.

Restauração segue a passos lentos (Foto: Nildo Nascimento).

Segundo o escritor e poeta Juvenal Arruda, um entusiasta da arte local, “lutamos para que a Escola de Belas Artes se torne realidade. Espero que, mesmo com todo esse contexto pandêmico, o processo de construção dessa escola esteja em andamento, respeitando, claro, a segurança dos envolvidos nesse projeto. Enquanto escritor e poeta, também almejo que a Literatura esteja presente como arte, e que a escola seja propulsora no fazer artístico-cultural de nossa terra”, deseja o escritor.

Para o artista plástico Domenico Rocha Cavalcante, “essa Escola deverá beneficiar as pessoas e muitos artistas autodidata, como eu; dispostos a aprender mais sobre as muitas técnicas de arte que possam ser ensinadas ali. Tenho aguardado com ansiedade essa inauguração. Queremos essa obra para já”, reivindica o artista, sobre o projeto, que também prevê a urbanização do entorno da Estação, com uma areninha, com obra bem adiantada; pista de skate e uma passarela, que já une os bairros Alto do Cristo e da Estação.

O arista plástico e escritor Domenico Rocha aguarda, com ansiedade, a entrega do equipamento cultural (Foto: Nildo Nascimento).

O equipamento de acesso ao complexo já está pronto, mas ainda não foi entregue, oficialmente, pelo Poder Público. Enquanto isso, o prédio, em reforma, segue sem segurança aos moradores do seu entorno, principalmente à noite, como afirma a dona de casa Rita Maria Freire (54), que mora em frente ao complexo. “O ruim é porque começaram e não terminaram. À noite é muito perigoso passar por aqui. Não dá para ficar na calçada, pois tem muito roubo nesse pedaço de rua. O espaço é uma escuridão só. Não tem o mínimo de segurança”, desabafa a dona de casa.

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