O Povo tomou cloroquina?
O colonialismo da imprensa cearense mostrou sua cara mais uma vez, ao anunciar a saída da Dra. Mayra Pinheiro, que deixa o Ministério da Saúde para tentar uma vaga no Congresso. Para fazer reverência à mídia do Sudeste, o epíteto de Capitã Cloroquina foi para as manchetes.
Quem primeiro deu a manchete, furando a imprensa nacional, foi o jornal O Povo. Muito cedo da manhã, recebi a notificação via Blog do Eliomar: “Mayra anuncia afastamento do Ministério da Saúde para disputar eleição”. Foi a primeira dose, ao estilo Coronavac: pouca eficácia, mas alta segurança, por se manter dentro do tradicional papel do jornal, sem o efeito adverso da militância.
Cerca de duas horas depois, a mídia nacional falava da Capitã Cloroquina. A primeira notícia que me chegou foi do O Globo: ‘Capitã Cloroquina’, como é conhecida Mayra Pinheiro, deixa Ministério da Saúde e assume cargo no Trabalho. E o jornal O Povo parte para outra matéria, a segunda dose: Mayra Pinheiro, a “capitã cloroquina”, deixa Ministério da Saúde e anuncia pré-candidatura à Câmara. Desta vez, foi Pfizer. Muito eficiente, mas de consequências ainda desconhecidas.
O repórter, por iniciativa própria, ou copiando trechos da agência, comete isto: “ex-secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde Mayra Pinheiro, conhecida como “capitã cloroquina“. Não, os cearenses sempre a conheceram como Dra. Mayra. A imprensa do resto do país, que não a conhecia, usou o epíteto pejorativo para desmerecê-la. Eliomar de Lima, o da Coronavac, alertou isso no texto. O da Pfizer não mede consequências. Certamente por achar que não deve se responsabilizar por seu texto.
Como bom seguidor dos protocolos sanitários, o jornal O Povo tomou a dose de reforço. De novo mudou de vacina, apostando na intercambialidade de imunizantes, que dizem ser mais eficaz. Resguardou-se das reações, com uma completa mudança de tom: Queiroga deseja boa sorte a Mayra Pinheiro: “Nossa capitã saúde”. Deve ter sido a AstraZeneca. O “capitã” continua no título, pois se tornou referência, mas não mais de forma depreciativa.
O tratamento de “conhecida como Capitã Cloroquina” não é exclusividade do jornal O Povo. É o hábito de usar trecho de agência, mesmo quando o assunto é local. É distanciar a notícia, mesmo quando ocorre no vizinho.
Mayra já era conhecida dos jornalistas cearenses há mais de uma década. Esteve na presidência do Sindicato dos Médicos. Chegou a ser afastada do HGF por Camilo Santana devido a denúncias que fazia de descaso no hospital público. Foi protagonista de um movimento contrário ao programa Mais Médicos, quando profissionais cubanos, em regime de trabalho análogo ao da escravidão ao regime de Fidel, eram contratados como mão de obra barata na área da saúde.
Mayra Pinheiro enveredou pela política sob a condução do senador Tasso Jereissati, quando a abrigou no ninho tucano antes mesmo de ele voar para o Planalto. Foi candidata a deputada federal pelo PSDB, em 2014, obtendo a segunda maior votação do partido. No pleito seguinte, concorreu a uma das vagas do Senado, numa dobradinha com o eleito Eduardo Girão.
Em nenhuma dessas ocasiões, jamais se imaginava que a cinquentenária cloroquina viesse ao topo da polêmica na pandemia. Mayra se notabilizou nacionalmente pelo desempenho na CPI da Covid, quando tentaram defenestrá-la. O surto de misoginia que eclodiu no ambiente da CPI contaminou a imprensa, já infectada pela polarização que fez cair as máscaras nas redações.
Em estudo, uma vacina contra o vírus do mau jornalismo. Já não se separam os profissionais pelo talento, mas pela ideologia. Daqui a pouco, só restará a militância de um só lado. E isso já virou epidemia, ainda sem remédio de eficácia comprovada. Nada faz efeito a um jornalismo sem tino.
A capitã saúde, sem dúvida alguma, terá os votos de toda a minha família e será uma grande representante cearense no Congresso Nacional.
Os adversários do Bolsonaro, temem qualquer pessoa que se destaque na mídia nacional, pois é uma fortíssima candidata para defender o nosso presidente no congresso.
Quando ela estiver eleita e influente no poder eles engolem o remédio e respeitam a patente…. é só questão de tempo.
Essa médica salvou muitas vidas, merece o reconhecimento do povo cearense, não adianta esses jornalistinhas tentar ridicularizar a Dra. o povo está bem atento.