Banco Central detalha efeito-guerra e prevê juros em alta

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Em relatório divulgado nesta manhã, autoridade monetária fala em ‘ajuste de mesma magnitude’ de março para a Selic em maio

No Relatório Trimestral da Inflação, divulgado nesta quarta, o comando do Banco Central analisa em detalhes o impacto do conflito no Leste Europeu sobre a economia brasileira e projeta nova alta da taxa básica de juros, a Selic, para a próxima reunião do Copom, Comitê de Política Monetária. A última decisão elevou a Selic em um ponto percentual, para 11,75% ao ano.

O documento declara que “para a próxima reunião, o Comitê antevê outro ajuste de mesma magnitude”, isto é, uma elevação da Selic para 12,75% ao ano. A decisão ocorrerá entre 3 e 4 de maio. A alta nos juros é o principal instrumento da política monetária de controle da inflação. O documento reforça que a medida virá para “assegurar a convergência da inflação para suas metas”.

A guerra entre Rússia e Ucrânia foi avaliada pelo BC como o principal fator na trajetória de alta da inflação. “No cenário externo, o ambiente se deteriorou consideravelmente”, afirma. E prevê: “O choque de oferta decorrente do conflito tem potencial de exacerbar as pressões inflacionárias que já vinham se acumulando”.

O relatório de 87 páginas também confirma as projeções de inflação: de 6,4% para 2022, e de 3,7% para 2023, de acordo com o Boletim Focus.

Referindo-se ao índice para o trimestre, o Banco Central conclui que “a inflação ao consumidor seguiu surpreendendo negativamente”. E ressalta que a atividade econômica do fim do ano passado “apontou ritmo de atividade acima do esperado” — referindo-se ao quarto trimestre de 2021.

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