Ceará pretende implantar plataforma de imunologia e imunoterapia
A iniciativa é resultado de uma parceria com o Governo Francês.
A Fiocruz Ceará está em tratativa com uma comitiva francesa e pesquisadores do Instituto Pasteur para dar andamento à implantação de uma plataforma de imunologia e imunoterapia no Estado. A primeira reunião se deu nessa segunda-feira (18). A expectativa é que, durante os próximos dois anos, um especialista técnico francês passe a contribuir, em Fortaleza, na consolidação da plataforma Fiocruz-Pasteur.
O encontro busca estreitar relações entre pesquisadores brasileiros e franceses, além de gerar benefícios futuros nas pesquisas relacionadas ao combate a doenças degenerativas. Um dos ganhos, anunciado na reunião, será o desenvolvimento de tratamentos mais acessíveis à população.
Segundo o coordenador de pesquisas da Fiocruz Ceará, doutor João Hermínio, “é um projeto de médio a longo prazo. Possivelmente, o instituto Pasteur deve vir para cá. Existe uma cátedra de excelência do Pasteur que vai fomentar essa vinda de um pesquisador sênior, francês, e isso irá contribuir muito para a formação de recursos humanos locais”, destaca.
Hermínio relata que algumas adaptações já estão sendo feitas para a implementação do projeto em Fortaleza, como a compra de novos equipamentos para o Fiocruz. O pesquisador explica que os estudos ajudarão no tratamento de diversos tipos de doenças. Ainda, segundo o médico, “tratará, particularmente, de terapia celular, uma tecnologia de ponta para tratamento de pacientes com diversas malignidades. Isso vai além das doenças oncológicas, mas também doenças neurodegenerativas e outros tipos de doenças de fundo imunológico”, pontua.
De acordo com o especialista, a produção de imunobiológicos, que são considerados medicamentos de ponta, pode chegar a custar entre R$ 25 mil e R$ 30 mil por aplicação, em cada paciente, o que ainda dificulta o acesso da população a diversos tipos de tratamentos. Um dos objetivos da parceria é mudar essa realidade.
O coordenador da Fiocruz Ceará explica, ainda, que o fato dos insumos serem produzidos no Brasil acaba por baratear o acesso a esses medicamentos, e exemplifica com a questão da covid-19. “Não é só baratear, mas ter o produto em si. Vejam no caso da Covid, o fato de a gente ter a produção em Manguinhos, no Rio, e no Butantã, em São Paulo, fez com que a gente pudesse ter vacina para toda a nossa população, além de baratear os custos”, acrescenta.