Aumento de casos de síndromes gripais no Ceará chamam a atenção de órgãos de saúde

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Para impactar os índices, um plano de ampliação de leitos em hospitais e unidades de pronto-atendimento no Estado está sendo discutido entre as autoridades.

O atendimento de saúde, voltado ao público infantil no Ceará, tem sido a pauta dos últimos dias nas reuniões entre a governadora Izolda Cela (PDT) e secretários de saúde municipais. 73,91% dos leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) infantis do estado estão ocupados em razão de síndromes gripais, conforme a Secretaria da Saúde (Sesa). Nas enfermarias, a taxa de ocupação está em quase 89,07%. Os dados estão registrados na plataforma estadual Integrasus.

Crianças têm sido as maiores vítimas de síndromes gripais no Ceará (Foto: divulgação).

Somente em abril, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Ceará já registraram mais de 3,3 mil atendimentos para crianças de até nove anos, com sintomas de gripe. De forma mais ampla, O boletim Infogripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), traz um alerta para todo o País sobre o aumento dos casos em crianças. Os contágios estão ligados ao vírus sincicial respiratório (VSR) na faixa etária 0 a 4 anos. Mas entre crianças de 5 a 11 anos, os casos decorrem, principalmente, da covid-19 e das infecções com o rinovírus.

Este ano, já foram registradas 22.645 mortes de crianças associadas a casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave. O número de casos registrados no ano é de 112.087. Deste total, 55,7% tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. A Síndrome Respiratória é uma complicação associada, muitas vezes, ao agravamento de alguma infecção viral. O paciente pode apresentar desconforto respiratório e queda no nível de saturação de oxigênio, entre outros sintomas.

Segundo a Fiocruz, as ocorrências em crianças estão com sinal de ascensão significativa em diversos estados, desde fevereiro. No entanto, a curva de casos indica a possível formação de um platô, isto é, um quadro de estabilização em níveis altos.

No que se refere ao recorte das últimas quatro semanas deste mês, a covid-19 foi relacionada com 41,6% das notificações de síndrome respiratória. Nesse mesmo período, o vírus sincicial respiratório contribuiu com 36,7% dos casos. No entanto, quando se observam apenas os quadros que evoluíram para óbito nessas quatro semanas, 83,4% estão relacionados com a covid-19 e apenas 7,4% com o VSR.

De acordo com os pesquisadores da Fiocruz, “em todas as localidades que apresentam algum sinal de crescimento, os dados por faixa etária, sugerem tratar-se de cenário restrito à população infantil (0 a 11 anos). E mesmo nos estados onde não há sinal de crescimento para a população em geral, é possível observar um aumento de casos entre crianças”, revela.

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