Aumento na conta de energia no Ceará deve deixar alimentos refrigerados mais caros

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O reajuste de quase 25% anunciado pela Enel possibilita o encarecimento de produtos mantidos em câmaras de refrigeração, já nesse mês de maio.

“Produtos como carne, laticínios, frutas e verduras devem sofrer as maiores altas.” A afirmação é do presidente da Associação Cearense de Supermercados, Nidovando Pinheiro. Ainda, segundo ele, tanto a indústria que produz, quanto os supermercados que armazenam estes alimentos, vão sentir o impacto dessa alta anunciada pela companhia cearense. E este aumento vai acabar sendo repassado também aos consumidores.

Pinheiro já vislumbra a possibilidade de porcentagem sobre a carne. “Com certeza, vamos sentir um reajuste acima de 5%; a parte de laticínios e iogurtes também vão sofrer impacto. A própria indústria demanda muita energia para produzir esses itens, bem como os supermercados para armazená-los”, explica. Para o analista de mercado da Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa), Odálio Girão, grandes, pequenos e médios produtores do agronegócio vão sentir muito mais o impacto desse aumento na hora de abastecer o mercado.

Aumento cobrado pela energia elétrica deverá impactar sobre alimentos refrigerados (Foto: divulgação).

Para Odálio, “aquele produtor do agronegócio vai sentir muito mais, porque ele tem que abastecer o mercado nacional produzindo em grande escala, além de ter que fazer as exportações, pois produz em grande escala. Mas também vão sentir os efeitos aquele pequeno e médio produtor que se utiliza da irrigação, tudo isso demanda energia elétrica”, afirma.

O aumento médio de 24,88% no valor da energia distribuída pela Enel Distribuição Ceará passou a valer desde a última sexta-feira (22). O reajuste tarifário anual foi aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na última terça-feira (19).

O reajuste traz diferenciação entre as categorias de consumo. Para consumidores de imóveis residenciais com baixo consumo o aumento foi de 24,26%. Para os clientes de média e alta tensão, em geral, indústrias e grandes comércios, o índice aprovado foi de 24,18%. Já para consumidores de baixa tensão, como residências e pequenos negócios, o aumento é de 25,12%.

O aumento tem causado reações de órgãos e entidades representativas. O Decon abriu, nessa sexta-feira (22), um procedimento administrativo contra a Enel. Na ação, o Programa de Defesa do Consumidor solicitou que a Enel justifique quais foram os critérios utilizados para que se chegasse ao valor reajustado. A Enel já foi notificada, e tem até dez dias para enviar resposta aos questionamentos do órgão do Ministério Público do Ceará.

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