Ceará vacina crianças bem abaixo da meta estipulada contra a gripe
Das cerca de 576 mil crianças aptas a receberem a vacina da Influenza durante a campanha de imunização deste ano, apenas 131.396 foram levadas aos postos de vacinação do Ceará.
A campanha de imunização contra a gripe no Estado não obteve o resultado esperado pela Secretaria de Saúde (Sesa). O número de crianças alcançadas equivale a apenas 22,8% do público-alvo residente nos 184 municípios cearenses. Conforme a Secretaria da Saúde, a cobertura desejada é de 95%.
Ao mencionar os casos de síndromes respiratórias registrados no Estado em 2022, a Sesa informa que não dispõe de dados detalhados por faixa etária. De 1º de janeiro até essa segunda-feira, 9 de maio, foram contabilizados 269.115 casos de síndromes gripais no Ceará. Destes, 264.479 foram confirmados e 4.636 estão em investigação. A pasta aponta que “o predomínio dos casos graves de síndromes gripais é em idosos e crianças menores de 4 anos”, detalha.
Desde o início do ano, o Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen) analisou 2.702 exames de pacientes com síndromes gripais. Desse total, prevaleceram o vírus Influenza (1.257 amostras) e o vírus sincicial respiratório (1.207 amostras). Os números correspondem, respectivamente, a 46,5% e 44,6% das análises. A Sesa frisa que, “nos últimos 30 dias, a prevalência é de vírus sincicial, sendo 768 identificações de patógenos de um total de 868”. Nesse período mais recente, apenas 20 amostras foram de Influenza.
Considerando a sazonalidade do período de chuvas no Ceará, o Governo iniciou a aplicação das vacinas contra Influenza e sarampo em crianças a partir de 6 meses e menores de 5 anos de idade no dia 4 de abril – antecipando a campanha para esse público em cerca de um mês. A ação segue até 3 de junho.
A vacina contra a Influenza deste ano, produzida pelo Instituto Butantan, é trivalente. Composta pelos vírus Influenza A H1N1; Influenza A H3N2, do subtipo Darwin; e Influenza B. A atualização inclui o H3N2, garantindo a imunização contra a cepa que foi responsável pelo aumento de casos no início do ano.
Além das crianças, idosos e profissionais da saúde estão entre os públicos contemplados pela campanha. Gestantes, puérperas, pessoas com comorbidades e deficiências permanentes, indígenas, professores, caminhoneiros, trabalhadores do transporte coletivo e profissionais portuários, também são priorizados.
Compõem os grupos prioritários, ainda, membros das Forças de Segurança e Salvamento e das Forças Armadas, funcionários do Sistema de Privação de Liberdade, população privada de liberdade e jovens de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas.