Inflação perde ritmo em abril, mas é a maior para o mês desde 1996
Alta de 1,06% dos preços apurada no mês passado faz IPCA acumular variação de 12,13% nos últimos 12 meses, mostra IBGE.
A inflação oficial de preços no Brasil avançou 1,06% em abril, após saltar 1,62% em março. Apesar da desaceleração, a alta é a maior para o mês desde 1996, mostram dados divulgados nesta quarta-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com a primeira perda de ritmo depois de três meses, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Produtor) acumula alta de 4,29%, em 2022, e de 12,13%, nos últimos 12 meses, patamar acima dos 11,3% verificados no fechamento de março.
Com a manutenção da inflação em patamares elevados, o BC (Banco Central) já admite que o IPCA terminará 2022 acima do teto da meta pelo segundo ano consecutivo. O alvo do CVM (Conselho Monetário Nacional) para o índice é 3,5% com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2% a 5%).
Em abril, os principais impactos para a alta dos preços partiram dos grupos de alimentação e bebidas (+2,06%) e dos transportes (+1,91%). Juntos, os dois segmentos responderam por cerca de 80% da inflação.
Entre os alimentos, a alta foi puxada pela elevação do consumo dentro de casa (+2,59%). No mês, houve alta de mais de 10% no leite longa vida e de componentes importantes da cesta de consumo das famílias, como a batata-inglesa (+18,28%), o tomate (+10,18%), o óleo de soja (+8,24%), o pão francês (+4,52%) e as carnes (+1,02%).
No caso dos transportes, a alta foi puxada, principalmente, pelo aumento nos preços dos combustíveis, que continuaram subindo (+3,2%), com destaque mais uma vez para a gasolina (+2,48%).
“A gasolina é o subitem com maior peso no IPCA (6,71%), mas os outros combustíveis também subiram. O etanol subiu 8,44%, o óleo diesel, 4,74%, e a ainda houve uma alta de 0,24% no gás veicular”, explica André Almeida, o analista da pesquisa.
Os itens que fazem parte do grupo de saúde e cuidados pessoais também apresentaram variação significativa de 1,77% no mês. Já os artigos para residência estão 1,53% mais caros, segundo o IBGE.
A aceleração do grupo de saúde e cuidados pessoais ocorre, principalmente, pela alta observada nos preços dos produtos farmacêuticos (+6,13%), justificada pelo reajuste de até 10,89% no preço dos medicamentos, dependendo da classe terapêutica.
Além disso, houve alta também nos produtos de higiene pessoal (0,85%). Os planos de saúde, por sua vez, seguem com variação negativa (-0,69%), com reflexo do reajuste negativo de 8,19% aplicado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) no ano passado.
O grupo habitação (-1,14%) foi o único a apresentar variação negativa em abril, devido à queda nos preços da energia elétrica (-6,27%). Ainda assim, foram registradas altas no gás de botijão (3,32%) e no gás encanado (1,38%).
“Houve mudança na bandeira tarifária, que saiu de bandeira de escassez hídrica, para bandeira tarifária verde, em que não há cobrança extra na conta de luz. Desde setembro do ano passado, estava em vigor a bandeira de Escassez Hídrica, que acrescentava R$14,20 a cada 100Kwh consumidos”, explica Almeida.
Fonte: PortalR7/Economia