Cigarros eletrônicos se popularizam no Ceará pesar da proibição
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não apenas proíbe a comercialização dos cigarros eletrônicos, como orienta quanto aos riscos à saúde.
No dia 25 de abril, deste ano, um homem foi preso em flagrante em Fortaleza por suspeita de participação na comercialização ilegal de cigarros eletrônicos. Com ele, uma vasta quantidade de material ilegal foi apreendida. De acordo com a Portaria nº 46/2009 da Anvisa, é proibida a comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos.
Nos últimos meses, a prisão e apreensão desse tipo de material no Ceará sinaliza que o uso do cigarro eletrônico vem se popularizando, especialmente entre os jovens, conforme informação do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), equipamento vinculado à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). O uso contraria, ainda, diretrizes do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O psiquiatra Helder Gomes, diretor clínico do HSM, aponta que os cigarros eletrônicos, conhecidos com vape e pod, vêm disfarçados com aromas e sabores agradáveis, mas também apresentam riscos. “A grande substância capaz de gerar dependência é a nicotina, que está presente nos vapores liberados, inclusive, em concentrações superiores às encontradas nos cigarros convencionais”, aponta o especialista. Gomes lembra que solventes químicos tóxicos, como partículas de metais, também podem ser encontrados.
A dependência química relacionada ao cigarro eletrônico também demandará acompanhamento especializado, a exemplo do álcool, cocaína, maconha e crack, como explica o médico. “Há pessoas que, embora motivadas, não conseguem abandonar a prática. Ou seja, há uma necessidade de atenção psicológica ou psiquiátrica, já que a nicotina causa sintomas de abstinência, gerando uma grande fissura e um desejo de fazer uso do dispositivo”, argumenta.
De acordo com estudos realizados sobre o produto, entre os sintomas de abstinência do cigarro eletrônico, pode-se citar tontura, dificuldade de concentração, alteração do sono e agressividade. “Se você faz uso de cigarro eletrônico, o ideal é que possa interrompê-lo em virtude de problemas físicos que podem surgir, a exemplo dos pulmonares e dos cardiovasculares, que trazem risco de infarto e de acidentes vasculares cerebrais (AVCs)”, aconselha Gomes. O médico alerta, ainda, que “, que alerta que os que não fazem uso do dispositivo devem se manter distantes das substâncias.