Espião russo usa passaporte brasileiro para tentar entrar no Tribunal Penal Internacional

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Segundo os Serviços de inteligência da Holanda, homem queria investigar os supostos crimes de guerra cometidos na Ucrânia.

O serviço de inteligência da Holanda informou, nesta quinta-feira (16), que impediu, em abril, um espião russo de acessar o Tribunal Penal Internacional, com sede na cidade holandesa Haia. O objetivo do suspeito seria investigar supostos crimes de guerra cometidos desde o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.

“O serviço de inteligência holandesa impediu que um agente da inteligência russa acessasse o Tribunal Penal Internacional”, disse a agência em um comunicado.
O serviço de inteligência holandês considerou o espião russo uma “ameaça à segurança nacional” e negou a entrada dele no país, “enviando-o de volta ao Brasil no primeiro voo de saída” de Amsterdã.

O espião usava um passaporte brasileiro com o nome de Viktor Muller Ferreira e data de nascimento 4 de abril de 1989, mas na verdade ele se chama Sergey Vladimirovich Cherkasov, nascido em 11 de setembro de 1985.

O homem usava uma “entidade encoberta bem construída, através da qual escondeu todos os vínculos com a Rússia em geral e com a inteligência militar russa em particular”, segundo o serviço de inteligência da Holanda.
“Se o oficial de inteligência tivesse obtido acesso ao Tribunal Penal Internacional, ele teria sido capaz de reunir informações e buscar (ou recrutar) fontes e organizar o acesso aos sistemas digitais da corte” e influenciado os procedimentos criminais, disse o serviço de inteligência holandês.

Esta não é a primeira vez que a Holanda expulsa espiões russos. Uma das ocasiões mais controversas foi em 2018, quando deportou quatro agentes dos serviços secretos russos que planejavam atacar, em uma época de investigações-chave envolvendo Moscou, a rede de internet da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), também em Haia.

Em março deste ano, o governo holandês expulsou 17 “oficiais de inteligência” de Moscou que estavam ligados a representações russas na Holanda “sob cobertura diplomática” e argumentou que a presença desses espiões no país é “uma ameaça à segurança nacional”.

Nem a Rússia nem a Ucrânia são membros do tribunal, mas Kiev aceitou a jurisdição do Tribunal e está trabalhando com a Promotoria na investigação de possíveis crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos em território ucraniano.

Fonte: AFP/EFE Notícias

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