Cientistas criam dispositivo que limpa o sangue acumulado no cérebro durante um AVC
A nova tecnologia teve 86% de eficácia em modelos animais.
A criação tecnológica é composta por um cateter autolimpante que funciona por meio de um microrrobô controlado magneticamente. Os testes foram realizados em uma cobaia suína, em colaboração com neurocirurgiões de universidade e institutos de neurologia dos Estados Unidos. Um estudo relatando os feitos foi publicado em janeiro deste ano na revista científica Nature Communications.
Hyowon Lee, à frente do projeto, é professor associado da Purdue University, vindo da Weldon School of Biomedical Engineering, e é o principal autor do estudo. Com sua invenção, ele conseguiu remover, com sucesso, o sangue do cérebro de seis, dos sete animais nos quais o dispositivo foi testado. O cientista afirma que a inovação é um avanço real no tratamento de AVCs, difíceis de tratar.
Atualmente, o melhor tratamento disponível para a condição é um afinador do sangue chamado ativador do plasminogênio, que não pode ser usado em alguns AVCs hemorrágicos. Pacientes com hemorragia cerebral têm uma mortalidade de até 50%, e não há um bom tratamento para hemorragia intraventricular até o momento. A única outra opção, segundo especialistas, são remédios que dissolvem coágulos sanguíneos, mas eles trazem riscos indesejáveis.
A inovação de Lee, desenvolvida com o colega de faculdade, Qi Yang, pode ser ativada, remotamente, por meio de campos magnéticos aplicados externamente. Segundo os cientistas, “não é necessário utilizar nenhuma fonte de energia implantada ou circuito integrado complexo. Ao mudar a direção do campo magnético, o dispositivo se move como uma bússola atraída por um ímã próximo”, explicam.