Ou a oligarquia Ferreira Gomes coloca seu time em campo imediatamente ou se arrisca a perder a partida. A equipe está invicta e acredita no taco do técnico, hábil na articulação de candidaturas vitoriosas, mas esse campeonato é bem diferente. Foi-se o tempo em que três ou quatro artilheiros aguardavam ser escalados. Para eles, bastava a unção do professor e se posicionar na área para marcar o gol.

Imaginava-se Izolda isolada, feito vaquinha de presépio, na manjedoura do Abolição, a esperar as ordens de seus tutores. Parece que bebeu de uma poção mágica e se apaixonou pelo poder, como sua xará mitológica caiu de amores por Tristão, com quem manteve relacionamento fora do casamento arranjado. Roberto Cláudio é o dragão ameaçador de seus planos.

DESOLADOS – Desacostumados a enfrentar quem não demonstra tão somente subserviência, os FGs estão cometendo erro estratégico, que pode ser fatal, pois costuma não ter conserto. É o que pensa amigo entendido das coisas da política. O governo tem índice de 38% de bom e ótimo, transferível ao seu candidato. Mas a demora na escolha do ungido pode esvanecer a vantagem.

PESQUISAS – Izolda com 29% e Roberto Cláudio com 35% disputam a preferência. Ciro Gomes já deixou claro quem é seu candidato. Izolda seria o nome para suceder o irmão no Reino do Norte, em Sobral. Mas não depende apenas do PDT. Os aliados petistas, das hostes do ex-governador Camilo Santana, insistem no nome da mulher. Prometem fazer arder a fogueira da insurgência no arraial dos coronéis.

OPORTUNISTAS – As desavenças internas fazem prosperar os sonhos de antigos aliados. O ex-senador Eunício Oliveira fez publicar uma pesquisa pirata em que aparece na ponta, quando apoiado por Lula. O caudilho e ex-presidiário é outro fator que sustenta Izolda. Ao mesmo tempo, o apoio lhe é desfavorável, pois os FGs farejam a ameaça de um novo poder que emanaria de suas criaturas.

DESCOMPASSO – A indefinição gera desorganização e falta de confiança nas próprias fileiras. Nesse ritmo, Capitão Wagner baila sozinho na pista, sonhando com a vitória em primeiro turno, por saber o quão difícil seria enfrentar o poderio da máquina. O desafio é superar o teto, que o faz ter consagradoras votações no Legislativo, mas não suficientes para o cargo majoritário, principalmente diante das desinformações que lhe causam rejeição.

PROFISSIONAIS – Os donos do poder do Ceará não costumam cometer erros, como está acontecendo agora. Se, antes, a demora servia para mobilizar os seguidores, agora urge a escolha do candidato. Desta vez não haverá tertius, a não ser que seja o próprio Cid Gomes, que faz cara de paisagem. A postura de esfinge faz de Camilo, refém de Lula e refém dos FGs, o principal articulador de sua sucessão.

QUEM É QUEM – Ninguém vota em quem não conhece. A governadora vem tentando se expor nas ações de governo, nas articulações, mas o tempo é pequeno diante dos oito anos de administração de RC em Fortaleza, desde as obras de mobilização como os notórios escândalos de corrupção. Arrisca numa consulta, o entrevistado, diante da cartela de nomes, responder com a frase do meme da atendente da Enel: O que diabo é Izolda?