Brasil já tem representante no Miss Mundo Cadeirante

Compartilhe

O concurso, promovido por uma ONG polonesa, tenta driblar as muitas barreiras do preconceito.

Ana Paula de Oliveira (42), se considera uma pessoa corajosa, apesar de ter ficado paraplégica, aos 17 anos, após levar um tiro ao reagir a uma tentativa de estupro. Depois de vencer diversos obstáculos ao longo da vida, a jovem colhe mais um fruto de sua determinação.

Brasileira no Miss Mundo Cadeirante: 'Podemos ser quem quisermos' -  24/06/2022 - UOL Universa
A Miss Brasil Cadeirante representará o País no México (Foto: divulgação).

Ana é a única brasileira selecionada para o concurso Miss Mundo Cadeirante 2022, que será realizado no México em outubro. E soube do concurso por uma amiga, que compartilhou o evento em suas redes sociais. “Minha amiga falou que o concurso tinha tudo a ver comigo. Eu tentei, mas sem achar que tinha chance. Fiz vídeos, fotos, pediram produção com roupa de gala, entre outras coisas”, conta a miss.

Com a atitude, Ana venceu outro preconceito, principalmente, voltado às mulheres: a idade. “Já tenho uma certa idade e não imaginei que seria escolhida”, comemora, ao falar do concurso promovido por uma ONG polonesa. A produção oferece hospedagem e alimentação para a participante e uma acompanhante. No entanto, as passagens até o México, não estão inclusas no pacote. Por isso, a miss criou uma vaquinha virtual para pedir apoio financeiro, após a revelação de sua classificação.

Outro situação que Ana tem tentado driblar é o preconceito nas redes sociais. Os ataques começaram depois do êxito da jovem, que recebeu comentários negativos em grupos de WhatsApp, principalmente, de outras mulheres com deficiência. Ela conta que os comentários foram desagradáveis, mas que tem em mente que o mais importante é gostar de quem se é. “Sou uma mulher branca, paraplégica, gorda para os padrões sociais; meu cabelo é pintado de vermelho e tenho e diversas tatuagens. Eu me acho uma mulher linda, mas não um padrão de miss”, ressalta.

A representante brasileira no concurso tenta levar uma vida com autonomia. “Embora eu tenha os movimentos comprometidos, nunca me privei de realizar meus sonhos. Já fiz cosplay da princesa Ariel e de pin-up, já fiz rapel adaptado; vou a shows e festas, fiz faculdade e me formei em Relações Internacionais. “Sempre me desafio. Dirijo e moro sozinha. Vou lá na teimosia e faço o que eu me proponho. Quero que mais gente possa me olhar e dizer: ‘Eu também posso'”, destaca.

Você pode gostar...

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Skip to content