Wagner foge das armadilhas

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Tudo o que o bloco governista mais deseja é nacionalizar a campanha estadual, achando com isso que pode facilmente ganhar a disputa das narrativas. Foi grande o susto no último pleito municipal, quando Capitão Wagner, contra as máquinas administrativas do município e do estado, ameaçou ganhar as eleições. Não bastou chamá-lo de bolsonarista e de promotor de motins. Os governistas projetavam vitória fácil com mais de 20 pontos percentuais de diferença. Naquela época, o DataFolha cravava 16 pontos de diferença (50 x36). No resultado final, a distância não chegou a quatro pontos (51×48).

ENCONTRO – No mais recente encontro do União Brasil, realizado neste fim de semana, em Mombaça, Wagner afirmou que vai centrar nos assuntos locais, evitando a armadilha de nacionalizar a campanha. Tratar dos temas nacionais responde a dois objetivos de seus adversários: 1) tentar levar a ele a suposta rejeição de Bolsonaro no Estado e evitar as mazelas do governo local, acumuladas em décadas de políticas erráticas na segurança.

INEFICÁCIA – Camilo apregoa ter sido quem mais investiu na segurança. Chegou a dizer que outros estados vieram aprender com o Ceará. Improvável. Em 2020, Ceará foi o campeão de aumento de homicídio: 75%. A taxa de assassinatos por mil habitantes, naquele ano, foi 45,2, a mais alta do país. Pandemia e motim foram as causas, segundo o governo.

MORTES – Outra marca macabra no governo “que mais investiu no Estado” foi em 2017, e não houve motim nem pandemia para aliviar a responsabilidade do governo. Neste ano, foram registrados o maior número de homicídios da história do Ceará, ainda hoje, não superado. Esse projeto de governo chegou ao poder com o discurso de segurança. Pegou carona no Ronda do Quarteirão, um projeto tão bom quanto retumbante foi o seu fracasso.

PATIFE – Izolda Cela, que vigia a cadeira do Abolição, ainda sonhando em ser ungida candidata, recebeu a responsabilidade de gerir o Ceará Pacífico, um projeto tão ambicioso quanto ineficaz, Cheio de palavras grandiloquentes, como a intersetorialidade das ações, resultou em fiasco. A pretendente a candidata aponta o dedo para o Planalto Central, tentando afastar de si a culpa pelo mau desempenho.

SAÚDE – Além da insegurança, o Ceará tem péssimo desempenho na saúde. Registrou um dos piores números durante a pandemia, o pior desempenho do Nordeste e, proporcionalmente, um dos mais elevados números de mortes do Brasil. Agora mesmo, figura com o maior número de óbitos por chikungunya, Além da doença, a corrupção contaminou a administração com uma leva de denúncias. É melhor mesmo tratar dos temas nacionais.


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