O general do capitão

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Bolsonaro optou pela segurança na escolha de seu companheiro de chapa ao se decidir por outro general, Braga Neto, para disputar a reeleição. Nos últimos dias, houve pressão a favor da ex-ministra da Agricultura, a deputada Teresa Cristina, preferida pelos políticos do Centrão. Valeu a fidelidade já demonstrada pelo ex-ministro da Defesa. A escolha pelo militar também se dá por motivos práticos e políticos. É uma vacina contra tentativas de impeachment, que vem acossando os plantonistas da Presidência da República desde os tempos de Collor.

SUBSTITUTO – Por qual motivo não houve tanto empenho em apear Bolsonaro do poder, a despeito do número recorde de pedidos de impedimentos do presidente? Porque não bastam os motivos jurídicos. Necessita do ingrediente político, que só costuma prosperar em momentos de dificuldade na economia. Não só isso, também conta o substituto.

ALINHADO – No lugar de Bolsonaro, assumiria o general Mourão. Seria trocar 12 por meia dúzia, avaliam. E ainda com o risco de o sucessor se manter no poder. A escolha de Braga Neto vai na mesma linha, com um personagem ainda mais fiel que o atual vice. Cristina está coberta de virtudes eleitorais: mulher, competente e do agronegócio. Mas política.

MILITAR – A escolha do general não foi bem deglutida pela base de sustentação do governo no Congresso. Braga Neto, por ser da caserna, denotaria opção pelo extremismo de parte da direita e recrudescimento do discurso de confronto, que os políticos preferem seja suavizado. Acham que a ruptura não dá voto. E a figura da mulher faria a chapa mais aceitável ao público feminino.

MULHER – Lula se escora hoje no voto nordestino e no da mulher, que costuma ser mais volúvel. O nordestino já vem sendo afagado com as águas do São Francisco e o Auxílio Brasil, agora turbinado para R$ 600,00. O maior aceno ao público feminino seria ter uma mulher como parceira na chapa, além da presença da primeira-dama na campanha.

LEALDADE- Mas Bolsonaro já se comprometera com Braga Neto, tanto que o estimulou a sair do governo, a fim de se desincompatibilizar, e a se filiar ao seu partido, o PL, para se colocar à disposição da ordem de comando. Missão dada, missão cumprida. Seria um tipo de traição tirá-lo de cena, mesmo com todo o contexto político que o pudesse fazer optar pela mulher. Lealdade é um dos valores dos combatentes

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