Izolda não deixa baixar a luz

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A governadora Izolda Cela, a quem Camilo Santana, numa jogada de marketing, chamou de mãe do Ceará, está se revelando uma verdadeira madrasta. Das ruins. Nem a decantada sensibilidade feminina, que poderia fazer a diferença na administração pública, foi suficiente para demovê-la da infeliz ideia de não baixar os impostos para redução do preço dos combustíveis, dos transportes, das telecomunicações e, principalmente, da conta de luz. Alega que a perda da arrecadação prejudicaria programas sociais que socorrem os mais vulneráveis.

FALÁCIA – Falar em perda de receita não passa de artimanha tributária. O cálculo leva em conta apenas o que deixará de ser arrecadado com o corte de impostos dos itens, mas não inclui os impostos que serão pagos em outros produtos. O dinheiro economizado com a redução do ICMS será utilizado para comprar outros bens, também tributados.

VOX POPULI – A voz do povo deixa clara essa substituição. Dona Jandira, de um bairro pobre de Sobral, reclamou na rádio: “Governadora, tenha pena de nós, baixe a luz, para ver se a gente consegue comer um pirãozinho de carne”. O povo está passando necessidade, não tem dinheiro sobrando. O pouco que tem continuará circulando na economia.

AVAREZA – Izolda Cela, diferente dos governos de São Paulo e Goiás, que já se anteciparam no acolhimento da lei que manda reduzir os impostos, se alinha aos que vão ao STF judicilializar a questão, que parece mesmo ser de cunho político, com o fim de prejudicar o presidente. Nem que, para isso, faça com que o povo sofra além de suas posses.

ELEIÇÕES – Se acusam Bolsonaro de uso eleitoral ao reduzir impostos para ganhar a simpatia do eleitorado, também pode se dizer o mesmo de Izolda, por via transversal. Ela não objetiva agradar o eleitorado, a quem já imagina cativo, mas venerar a quem escolhe o candidato da vez. Poste depende de quem lhe dá energia, nem que o povo tenha que ficar sem luz.

MODELO – Houve forte reação à iniciativa de Bolsonaro de usar a redução de tributos para combater a inflação e, com mais ênfase, a seu repto para os governadores fazerem o mesmo. Eis que agora, o presidente da maior economia do mundo segue o caminho. Biden reduz impostos e apela aos governadores a também fazer.

POBREZA – Com mais de 60% da população na pobreza, os cearenses sentem no lombo a chicotada da carestia. A redução de impostos serviria para mitigar a dor lancinante da fome, com a redução de preço da luz e dos alimentos. Mas Izolda não quer nem saber. Finca pé e vai resistir até onde puder. O povo que sofra.

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