Ceará tem a 11º maior taxa de acidentes graves em rodovias federais
Os dados do estudo se referem aos anos de 2018 e 2021, com 4,3% das ocorrências.
As informações da pesquisa da Plataforma de Infraestrutura em Logística de Transportes (PILT), da Fundação Dom Cabral (FDC), divulgada nesta terça-feira (5), tem base a partir de dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O estudo foi dividido em duas categorias de ocorrências: acidentes em rodovias sob gestão pública e delegadas às concessionárias privadas.
No período ligado à pesquisa foram registrados 6,4 mil acidentes em vias federais no Estado. Entre as severidades dos casos de acidentes estão: danos materiais, feridos, feridos e pedestres e com vítima de acidente fatal. Também foram identificados que as rodovias BR-101 e BR-116 têm as maiores taxas de acidentes e de severidade dos casos.
No Ceará, em 2021, sete trechos da BR-116 foram os mais críticos em relação aos acidentes. Foram eles: Kms 12, 13, 14, 10, 11 e 3, localizados em Fortaleza, e o km 507, no município de Brejo Santo, no Sul do Estado. No ranking da pesquisa, entre os 27 estados brasileiros, o Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais ocupam as primeiras posições no ranking das taxas de severidade de acidentes nas rodovias, com 9,3%, 8,3% e 7,3%, respectivamente. Em relação ao número de acidentes observados, os estados contabilizaram durante esses três anos o total de 4.255, 7.099 e 8.197, cada.
Ainda de acordo com a pesquisa, ocorreram no Brasil 264.196 acidentes em 2018 e 2021, dos quais 43,4% aconteceram em rodovias concedidas e 56,6% em rodovias sob gestão pública. No entanto, o cenário fica mais preocupante quando são consideradas as Taxas de Acidentes (que ponderam os números absolutos de acidentes pelo Volume Médio Diário Anual (VMDA) – do trecho de ocorrência).
Neste caso, o percentual referente às rodovias sob gestão pública salta para 79,7%, ao passo que nas concedidas se reduz para 20,3%, aponta a pesquisa. Por fim, quando, além do VMDA, é considerada a gravidade dos acidentes, a Taxa de Severidade nas rodovias sob gestão pública corresponde a 80,4% e nas concedidas a 19,6%.
De acordo com o professor da FDC e pesquisador responsável pelo estudo, Paulo Resende, os principais motivos para a alta no número de acidentes em rodovias sob gestão pública estão ligados à falta de investimento nas vias. “Provavelmente, pelas piores condições de geometria viária, sinalização e conservação dos pavimentos”, destaca e pontua, “uma importante conclusão do estudo diz respeito à necessidade de se criar fontes alternativas de financiamento para a manutenção e a melhoria da segurança nas rodovias que permanecem sob a gestão direta da União”, exemplifica.