Governistas têm plano B caso STF obrigue Senado a instalar CPI do MEC
Ideia seria eleger um presidente para a comissão que abra a comissão e suspenda trabalhos na sequência até o fim das eleições de outubro.
Senadores governistas dizem não temer a possibilidade de o STF obrigar o Senado a instalar a CPI do MEC. Nos bastidores, eles afirmam ter um “plano B” para evitar que os trabalhos da comissão comecem antes das eleições.
A carta na manga estaria baseada na posição da maioria dos líderes partidários de não querer instalar o colegiado antes do pleito, exposta pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nessa terça-feira (5/7).
A solução, dizem os senadores, seria usar essa maioria para eleger um presidente da CPI que, assim que assumisse, suspendesse os trabalhos do colegiado até o fim das eleições, cujo segundo turno acontecerá em 30 de outubro.
Na reunião dessa terça, apenas os líderes da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e da minoria, Jean Paul Prates (PT-RN), defenderam que os trabalhos da comissão começassem logo antes das eleições.
Randolfe, que capitaneia os esforços da oposição pela abertura imediata da investigação no MEC, diz que irá ao STF caso os líderes tentem adiar os trabalhos, postergando as indicações dos membros da comissão.
Senadores dizem não acreditar que o Supremo vai interferir na decisão da maioria dos líderes partidários. Lembram que tais interferências foram discutidas em reunião recente dos senadores com o presidente da Corte, Luiz Fux.
Entretanto, há precedentes. Em 2005, o plenário do STF determinou que o então presidente do Senado Renan Calheiros (MDB-AL) nomeasse membros para a CPI dos Bingos que não tinham sido indicados pelos líderes.
Na ocasião, partidos da base governista se recusaram a fazer as indicações para comissão que investigaria o ex-assessor parlamentar da Casa Civil Waldomiro Diniz. Ele foi acusado de tentar extorquir o bicheiro Carlos Cachoeira.
Desta vez, governistas dizem que há diferença. Em 2005, explicam, a CPI contava com apoio da maioria do Senado. Teve 39 assinaturas. Agora, eles alegam que a maioria quer esperar o fim das eleições para fazer as indicações.
Fonte: Metrópoles