Bicho geográfico: saiba o que causa e como se prevenir

Compartilhe

Também chamada de larva migrans cutânea, a infecção é causada pelo solo contaminado das fezes de cães e gatos infectados pelo parasita.

O desenvolvimento do famoso bicho geográfico, na pele, se dá em forma de larvas em locais quentes e úmidos, como a areia. Qualquer pessoa pode ter o problema, mas ele costuma se manifestar mais em crianças, já que elas ficam mais sentadas nas praias e nos parques.

A areia é o local de maior incidência da larva migrans (Foto: divulgação).

Quando cachorros ou gatos evacuam na terra ou areia, os ovos da larva, presentes nos intestinos destes animais, são liberados. Em contato com o solo quente, as larvas se desenvolvem e ficam lá. Ao entrarem em contato direto com a pele, penetram, causando a doença.

Os locais mais comuns de acesso, são os pés e as nádegas, pois a pessoa senta ou pisa onde tem a larva. Mas qualquer local da pele pode desenvolver o bicho geográfico, ou seja, mãos, antebraços e pernas. Há risco, até, de quadros de disseminação, pois se o indivíduo deitar no gramado ou na areia e ter contato com a larva, pode desenvolver o problema nas costas, por exemplo.

Ao ser atacada, a pessoa sente coceira intensa no local, seguida de lesões que se caracterizam por trajetos sinuosos rosados com edema, podendo formar bolhas. Com o passar dos dias, a larva vai fazendo um caminho (1 a 2 centímetros por dia), que é parecido com um mapa geográfico. Daí vem o nome da doença.

O diagnóstico é feito pelo exame físico, com quadro clínico de coceira, lesões sinuosas formando trajetos nas áreas de maior contato com solo, como pés e nádegas. O histórico do paciente também é avaliado. No que se refere aos riscos à saúde, o maior seria a infecção secundária, por bactérias (como a erisipela), pois a pessoa tem uma coceira intensa e pode machucar a pele, com risco de deixar cicatrizes se não for tratado adequadamente. Em pessoas alérgicas, pode haver quadros com tosse e falta de ar, pela liberação de toxina das larvas

De acordo com Leonardo Abrucio Neto, médico dermatologista, “a transmissão é feita pelas fezes dos animais que estejam infectados pelo parasita, principalmente cães e gatos, sobretudo os que vivem nas ruas, que contaminam o solo. Além da areia, é possível se contaminar em gramados, tanques de areia, quintais, parques, escolas, quadras de esportes”, alerta.

O profissional de saúde ainda adverte que todos estes locais podem abrigar o parasita, caso estejam contaminados com fezes de animais. Há, ainda o agravante das chuvas, que facilitam a disseminação das larvas no solo. Por isso ocorre o aumento dos casos de bicho geográfico nos períodos chuvosos

O médico orienta que não se deve retirar o bicho geográfico manualmente. Somente com tratamento medicamentoso antiparasitário e, muitas vezes, é usada compressa de gelo, que diminui o inchaço e ajuda a matar a larva. Não dá para tirá-la, pois ela fica profundamente no tecido subcutâneo. E não se deve tentar retirar as larvas de forma caseira com pinça ou outros métodos. Isso pode levar a infecções bacterianas, dermatites de contato, ferimentos e cicatrizes”, explica o dermatologista.

Para o tratamento, são indicados compressas de gelo e um antiparasitário, com orientação de um dermatologista. A medicação pode ser usada na forma de pomada ou comprimidos. A escolha vai depender da gravidade de cada caso e da idade do paciente. Ainda, segundo o médico, “o tratamento caseiro, além de ineficaz, pode levar à dermatites de contato, infecções bacterianas e queimaduras”, conclui. E quanto à prevenção, Leonardo Neto diz que “se faz com o uso de calçados, evitando contato dos pés com solos contaminados, além da recomendação de não sentar em terrenos arenosos. Ao ficar por um período longo nestes locais, procure cobrir com toalha ou esteira”, diz.

Outras dicas são, “lavar os pés com água corrente depois de andar descalço na praia ou superfícies que possam abrigar ovos de bicho geográfico, para tentar matar as larvas com temperatura fria; manter boas medidas de higiene, como lavar sempre bem as mãos; evitar passear com seus bichos de estimação em praias e parques; mas se levar, recolha suas fezes e descarte em local adequado. E por falar em bichos de estimação, diz Leonardo Neto, “cuide, para seus animais sejam antiparasitados, com uso de vermífugos, para evitar a doença”, alerta.

Você pode gostar...

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Skip to content