Acúmulo de algas na praia de Jericoacoara gera mau cheiro e desconforto aos banhistas
Moradores, empreendedores e visitantes de um dos principais pontos turísticos do estado reclamam da situação, que começou há cerca de duas semanas.
O desejado banho de mar nas águas mornas da vila de Jericoacoara, no Litoral Norte do Ceará, tem sido um problema constante para quem escolheu o famoso balneário para passar as férias. É que milhares de algas atingiram uma larga faixa de areia da praia, conforme comerciantes da região, que lamentam pela ação natural ter afastado a movimentação dos turistas recém-chegados.
O secretário de Aquicultura e Pesca do município, Danilo Menezes da Silva, diz que a aparição das algas é uma ação natural que ocorre todo ano na orla devido às grandes marés e mudanças climáticas. “[As marés] Trazem as algas e, depois, em certos períodos de lua cheia, fazem a limpeza automática da orla”, disse o representante municipal.
A presença das algas, contudo, impacta negativamente no turismo do local, conforme os comerciantes. “A gente está aqui só assistindo, ninguém faz nada. Esperam que a maré leve, e talvez leve mesmo, mas a gente não pode ficar esperando desse jeito. É muito feio para a praia. É muito feio para os turistas que vêm de férias e veem isso; não querem nem entrar no mar. Fica fedendo, fica uma coisa nojenta mesmo. Parece esgoto”, reclamam.
A prefeitura de Jijoca de Jericoacoara estima que 120 mil pessoas passem pelo cartão-postal do Ceará neste mês. Para Danilo, o município teria de pensar em soluções ecologicamente corretas para o descarte das algas tendo em vista que a quantidade é significativa. “Hoje, a única opção ecológica positiva é a espera da maré grande para levá-la de volta ao mar, onde as mesmas servirão de alimento para algumas espécies marinhas”, explica.
Tommaso Giarrizzo, professor visitante do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) – Universidade Federal do Ceará (UFC), explica que o material não é maléfico aos seres humanos. “As algas presentes nestas últimas duas semanas na praia principal de Jeri são algas arribadas, ou seja, algas que se desprendem naturalmente dos seus substratos por ação de tempestades, correntes e ventos e, na maré baixa, elas se concentram na faixa de areia. Aparentemente, isso aconteceu nas marés da lua nova que ocorreu há, aproximadamente, duas semanas, quando as correntes de marés são mais intensas, nesse período”, informa Giarizzo.