Bruxelas é considerada a capital europeia da espionagem
O País é o coração da União Europeia, sede da Otan, de grandes empresas e multinacionais.
A Bélgica, capital de Bruxelas, abriga centenas de diplomatas, jornalistas e lobistas. É a segunda cidade mais cosmopolita do mundo, perdendo apenas para Dubai, onde um em cada três habitantes tem nacionalidade estrangeira. Além disso, Bruxelas também ganhou a fama de capital europeia da espionagem, tamanho o número de espiões russos e chineses que operam na cidade.
“Espiões migram para a Bélgica, assim, como abelhas em um pote de mel”, escreveu, certa vez, o site de notícias ‘Político’. Há três meses, o País expulsou 21 pessoas que trabalhavam para a embaixada e o consulado russos, “suspeitas de estarem envolvidas em operações de espionagem e influência, que ameaçavam a segurança nacional”, como declarou, a então ministra das Relações Exteriores belga, Sophie Wilmès
Os 21 russos foram credenciados como diplomatas, mas estavam trabalhando como espiões, afirmou um porta-voz do Ministério. Eles tiveram um prazo de quinze dias para deixar o território belga. A expulsão, sob a acusação de estarem agindo secretamente como agentes de inteligência para a Rússia, foi uma reação à invasão da Ucrânia pelas tropas russas. Desde o início da guerra na Ucrânia, a Europa expulsou 480 diplomatas russos, nem todos com alegações de espionagem, mas todos eram personas non gratas, provocando assim a maior retaliação diplomática desde o fim da Guerra Fria.
Na Bélgica, a espionagem não é classificada como crime. A lei belga só estipula que você está cometendo um crime se comunicar informações classificadas de interesse nacional a uma potência hostil ou estrangeira. As disposições datam da década de 1930 e os apelos para que se atualize a legislação são antigos
O procurador-geral de Bruxelas, Johan Delmulle, abordou a questão em um discurso para o Tribunal de Apelação de Bruxelas. Em suas palavras, Delmulle disse que “a espionagem na Bélgica, especificamente em Bruxelas, não é algo virtual, mas muito concreta. Nosso arsenal legal para processar crimes de espionagem está desatualizado – alguns parágrafos são anteriores à Segunda Guerra Mundial – e deve ser adaptado à sociedade e à realidade de hoje”, revelou.