Sobralito e o amigo que se foi, levado pela dengue

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Depois de escapar da covid e da gripe, cada vez mais perigosa, Sobralito sente a perda de um amigo da escola, vítima de dengue.

Naquela quinta-feira de julho, Sobralito não teve aula. O menino levantou da rede, triste, e mal tomou o café. A mãe tinha saído cedo para comprar uma coroa de flores, e Sobralito não tirava da cabeça a imagem do amigo que havia morrido no dia anterior. A turma já sabia que ele estava internado, com dengue. Uma doença comum, mas perigosa e, até fatal, se não tratada há tempo. E a hemorrágica, então, é de assustar. O menino, aproveitou que estava sozinho em casa e gravou uma mensagem ao amigo no seu podcast. Sobralito se esforçou para não chorar, e passar uma mensagem de afeto e amizade aos seguidores; mas também aproveitou para fazer um alerta sobre as arboviroses e seus riscos. O menino tinha feito uma pesquisa no portal da Secretaria de Saúde da cidade, e descobriu o quanto o município estava infestado de focos do mosquito Aedes Aegypti. O boletim apontava os bairros, os distritos e a quantidade de focos nas residências, prédios comerciais e públicos. O mosquito, transmissor da dengue, chikungunya e zica vírus estava fazendo uma festa, adoecendo muita gente, que já sofria com a gripe e os casos positivos de covid-19. Quando finalizava o podcast, informando os números das doenças na cidade e lembrando às pessoas para cuidarem de suas casas e avisarem, também, ao Poder Público, sobre terrenos baldios, lixo acumulado e água parada, dona Eulália chegou, toda esbaforida, com a coroa de flores nas mãos.

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