Fachin, o ministro obscuro

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Em mais um ato de opacidade da corte e de descortesia para com as Forças Armadas, o Tribunal Superior Eleitoral, personificado por seu presidente, ministro Edson Fachin, negou pedido dos militares para acessar dados de eleições gerais de 2014 e 2018. Num tom que beira o desrespeito, afirmou que as “entidades fiscalizadoras do processo eleitoral não possuem poderes de análise e fiscalização, não lhes cumprindo papel de controle externo do TSE”. As Forças Armadas foram convidadas a participar da Comissão de Transparência das Eleições. Não por iniciativa de Fachin, para quem as eleições só dizem respeito às forças desarmadas. Foi Barroso o autor do convite e da criação da transparência do processo eleitoral, cada vez mais obscuro.

Ao sonegar os dados eleitorais de primeiro e segundo turno nas eleições de 2014 e 2018, que constava da solicitação dos oficiais, com argumento meramente burocrático e inconsistente, Fachin contribui para alimentar teorias conspiratórias. O presidente do TSE, que no início do ano manifestou à imprensa o receio de estar sob ataque de hacker russo, demonstra ser um homem amedrontado e ao mesmo tempo sinistro. Deve temer uma invasão militar.

A corte eleitoral já se mostrou suscetível a ataques quando um hacker invadiu seus sistemas e se hospedou nas redes do tribunal por mais de oito meses. O sistema de defesa cibernético não foi efetivo nem para detectar a invasão nem para evitar danos causados por aplicativos maliciosos. Só tomou conhecimento pela imprensa, que divulgou a confissão dos invasores. Afinal, não adianta invadir sem usufruir da fama.

A partir daí, a Polícia Federal entra em ação. Mas nada pode fazer. Estranhamente, os logs (pegadas digitais) tinham desaparecido por uma conveniente faxina executada por empresas terceirizadas. Tudo muito estranho. E não queriam que a sociedade tomasse conhecimento. Dados do inquérito vieram a público pelos deputados e também pelo presidente Bolsonaro, em uma de suas lives.

A corte, em vez de colaborar com as investigações e esclarecer a situação, entrou com uma notícia crime contra o presidente, o deputado e o delegado que presidia o inquérito. Queriam sigilo total, Tanto sobre sua incompetência na vulnerabilidade do sistema quanto na falta de dados que pudessem ajudar na investigação. Jogam tudo para debaixo do tapete, escondendo da luz do sol. A informação ali é tão mofada quanto a linguagem dos togados.

Qual o problema em dar acesso às informações? As eleições de 2018 jazem sob o manto da suspeição. Aécio já comemorava sua vitória, com uma revoada de tucanos paulistas pousando em Belo Horizonte. De repente, uma guinada, com votos que vieram do Norte, e Dilma se elege. PSDB pediu auditoria, que conclui por não concluir. A não ser que o sistema era inauditável. Quanto mais escondem, mais desconfianças. Aí tem coisa.

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