#BotaElasNoJogo: campanha das jogadoras brasileiras busca aumentar a representatividade nos games

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Seleção feminina de futebol não tem suas atletas com nomes e faces reais no FIFA 22; Tamires, do Corinthians e uma das lideranças nesse movimento, afirma que presença no universo digital ajudaria a crescer a modalidade no País.

Campeã da Copa América, a seleção brasileira feminina de futebol desembarcou no Brasil na última semana. Porém, em vez de celebrar a conquista contra as colombianas, as jogadoras se manifestaram diante de um problema crônico na modalidade: a visibilidade na mídia e, nesse caso, nos games.

Caso queira jogar com a seleção feminina no FIFA, simulador de futebol da EA Sports, o usuário não identificará nenhuma das 23 convocadas pela técnica Pia Sundhage. Isso porque elas não estão presentes com seus nomes reais. Tamires, jogadora do Corinthians, recebe a alcunha de “Muto”, assim como Bia Zaneratto, Maria Eduarda, Adriana, Ary Borges e tantas outras atletas, que são chamadas por nomes fictícios.

O futebol feminino está presente nos games desde o FIFA 16, com as seleções nacionais. A partir da edição 23, os clubes femininos das ligas da Inglaterra e da França também estarão representados. No entanto, no caso das jogadoras da seleção brasileira, os avatares disponíveis são de nomes e rostos inventados. Principal concorrente da EA Sports, o eFootball, da Konami, não conta com equipes femininas.

Diferentemente do universo masculino, que contempla muitos jogadores, com nomes e rostos reais, a modalidade ainda necessita de mais visibilidade, em especial nos games, que são a porta de entrada de jovens para conhecer e se apaixonar pelo esporte e seus respectivos atletas. Para levantar a bandeira da representatividade do futebol feminino, as jogadoras lançaram o movimento #BotaElasnoJogo no último mês. Com nomes trocados nas redes sociais e em suas camisas, assim como acontece no mundo virtual, as atletas buscaram reforçar a importância de trazer as jogadoras reais para o game.

Tamires, jogadora de 34 anos do Corinthians e uma das lideranças nessa campanha, reafirma essa questão da representatividade em conversa com o Estadão. “É muito gostoso jogar videogame, com a sua personagem. O fato de não estarmos representadas nesse universo impacta o próprio crescimento da modalidade”, diz. “Nós estamos nos movimentando nas redes sociais e é por isso que lançamos a campanha, para que outras pessoas ficassem cientes da nossa situação. Espero que o resultado seja positivo e que possamos ter um retorno quanto à essa questão da nossa visibilidade nos jogos.”

Nas últimas versões do FIFA, tanto a seleção masculina quanto a feminina não contou com os jogadores reais em suas equipes. Entretanto, Neymar, Vini Jr. e companhia podem ser incluídos nas convocações dentro do jogo, já que seus personagens estão presentes nos maiores clubes do mundo: Paris Saint-Germain, Real Madrid e Manchester City.

“Imagino que seja uma questão dos nossos direitos de imagens na seleção, que estão vinculados à CBF”, afirma Tamires. No FIFA 16, primeira edição que contou com as seleções femininas, Marta e Cristiane tinham suas personagens no simulador de futebol virtual. “As outras seleções, como a americana, têm suas jogadoras representadas. No FIFA 23, terão alguns clubes europeus também. É um passo importante para o crescimento da modalidade e é necessário para o Brasil continuar evoluindo no futebol feminino”, reforçou. Em comunicado a assessoria da CBF informou que essa negociação de direitos de imagens é direta entre as atletas e a EA Sports, desenvolvedora do jogo.

Fonte: Terra

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