Capacitação prepara rede de assistência social no Ceará para lidar com trabalho escravo

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A capacitação online, realizada pelo Ministério Público do Trabalho, foi dividida em dois módulos.

O Ministério Público do Trabalho no Ceará (MPT-CE) realizou, neste mês de agosto, um treinamento sobre trabalho análogo à escravidão direcionado a integrantes da rede de assistência social cearense. A iniciativa é preparar trabalhadores da rede para identificar casos de trabalho escravo, entender o fluxo de denúncias e atuar na assistência de pessoas recém-resgatadas. Reuniões presenciais sobre o tema já foram marcadas para as cidades cearenses de Madalena, Granja e Crato.

Foto: divulgação.

Realizada pela Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae-CE), junto com o MPT, a qualificação começou com dois módulos online. Segundo Luciana Rabelo, secretária-executiva da Coetrae, os módulos foram conduzidos por representantes de diferentes órgãos trabalhistas. As aulas abordaram as políticas públicas de assistência social a homens, mulheres e crianças resgatados; qual a função dos auditores fiscais e a atuação do MPT, entre outros temas.

Para a procuradora do trabalho Christiane Nogueira, o enfrentamento ao trabalho escravo e ao tráfico de pessoas requer uma aproximação dos órgãos de repressão e de assistência social, por isso a capacitação é necessária. “Tanto para que esses profissionais se conscientizem e consigam identificar os casos, quanto para aproximar, incluir e assistir os trabalhadores resgatados”, aponta.

Durante o evento presencial que encerrou as atividades, os participantes assistiram ao filme ‘Pureza’. Baseado em fatos, que fala do drama biográfico de Pureza Lopes Loyola (interpretada por Dira Paes), mãe solo maranhense que inicia uma busca pelo filho Abel, desaparecido após buscar trabalho para melhorar de vida.

Esta semana, foram divulgadas informações de um levantamento do Radar do Tráfico de Pessoas, feito pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), relacionado ao ano passado. Os dados mostram situações de trabalho análogo à escravidão que possuíam relação com tráfico de pessoas. Martinópole, na Zona Norte do Estado, aparece numa lista de cinco cidades brasileiras com maior número de pessoas traficadas para o trabalho.

As denúncias de trabalho análogo ao escravo podem ser feitas de forma remota e sigilosa pelo Disque 100, pelo site do MPT ou pelo Sistema Ipê, criado pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Fonte: MPT-CE.

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