Brasil teve aumento de 20,1% em áreas desmatadas em 2021
Os dados são do Relatório Anual de Desmatamento (RAD).
O Brasil perdeu 4.536 hectares de vegetação nativa por dia em 2021, o que significa um crescimento de 20,1% da área desmatada em comparação ao ano anterior. A Amazônia foi o bioma que apresentou o maior desmatamento, representando 59% do total, com uma média de 1,9 hectare desmatado por minuto, o equivalente a cerca de 18 árvores por segundo. Já o estado de Pernambuco perdeu 40 hectares de vegetação por dia, o que representa quase 15 mil hectares no ano.
Todos os biomas no País sofreram aumento de desmatamento, entre 2020 e 2021. Em termos de área, os maiores desmatamentos ocorreram na Amazônia (126.680 hectares) e no Cerrado (83.981 hectares). A pesquisa faz parte do Relatório Anual de Desmatamento (RAD) lançado no mês de julho, deste ano, pelo projeto Mapbiomas. O levantamento mapeia as mudanças que ocorrem na vegetação e no solo brasileiro, por meio de sistemas de detecção e satélites, além de contar com o apoio de universidades e diversas iniciativas que estudam sobre meio ambiente e tecnologia, a fim de fornecer informações sobre as causas do desmatamento no país.
“O desmatamento não é concentrado só na Amazônia, ele aumentou em todos os biomas, Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa; e isso é muito preocupante. Também foi monitorado um aumento da área média dos desmatamentos, isso quer dizer que os desmatamentos são maiores, o que é um bom indicativo da falta de fiscalização”, declarou Marcos Rosa, coordenador técnico do Mapbiomas.
No caso da caatinga, o coordenador geral do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan), Joaquim Freitas, explica que o aumento do desmatamento nessa área deve ser visto como uma grande ameaça à biodiversidade. “A caatinga é o único bioma inteiramente brasileiro, e nela há um percentual enorme de espécies que só existem nesse bioma, especificamente, na região da Chapada do Araripe, que é bastante atingida pelas queimadas”, pontua o coordenador técnico, e explica. “Por isso, o aumento do desmatamento representa uma cascata de efeitos negativos, que vão, desde a devastação na biodiversidade direta, até sofrermos no futuro com escassez hídrica”, adianta.