PreP: medicação diária contra HIV impede novas infecções
O método preventivo combina medicamentos antirretrovirais que bloqueiam o ciclo de multiplicação do vírus e impedem a infecção do organismo.
Voltada a pessoas não infectadas pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana), mas com alto risco de adquiri-lo, a profilaxia pré-exposição (PrEP) é um método preventivo que consiste na combinação de medicamentos antirretrovirais que bloqueiam o ciclo de multiplicação do vírus e impedem a infecção do organismo. Recomendada há uma década pela OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 1,6 milhão de pessoas em todo o mundo receberam a profilaxia via oral, no ano passado, de acordo com dados divulgados no novo relatório do Unaids, chamado ‘Em Perigo’.
O levantamento apontou, ainda, que houve um aumento de 157% no número de indivíduos que iniciaram a PrEP em 21 países, entre abril de 2020 e março de 2021, em comparação com o mesmo período do ano anterior. O Brasil é líder no uso da PrEP na América Latina, e o acesso às medicações é feito pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Atualmente, diversos países em todos os continentes utilizam o método contra novos casos de HIV, como Estados Unidos, Argentina, Inglaterra, Itália, França, Espanha Japão, Coreia do Sul, Austrália e África do Sul.
A infectologista Denize Lotufo Estevam, da gerência da assistência do CRT (Centro de Referência e Treinamento) DST/Aids de São Paulo, lista alguns casos em que é PreP é utilizada. “São pessoas que deixam de usar camisinha em suas relações sexuais (anais ou vaginais) com constância; aquelas que têm relações sexuais, sem camisinha, com alguém que seja HIV positivo e que não esteja em tratamento; ou pessoas que fazem uso repetido de PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV) e apresentam episódios frequentes de ISTs”, diz.
No Brasil, a PrEP é feita com a associação de dois medicamentos (tenofovir e entricitabina), cujo nome comercial é Truvada. Toma-se um comprimento ao dia.